Ao longo do processo (já longo…) de venda da Espírito Santo Saúde recebi várias vezes a mesma pergunta, qual a dimensão do mercado privado da saúde? na verdade, a pergunta é qual a dimensão do mercado de cuidados hospitalares privados, que é afectado por esta venda, já que o mercado privado da saúde inclui medicamentos, laboratórios de análises, etc.
A fonte mais abrangente de informação é a Conta Satélite da Saúde, publicada pelo INE.
De acordo com a informação disponível, as despesas com hospitais privados têm vindo a aumentar de forma regular, tendo atingido 1500 milhões de euros em 2012. (Figura 1)
Em percentuais, o crescimento dos hospitais privados na despesa total é mais acelerada, na medida em que a despesas nos hospitais públicos se reduziu nos últimos três anos, consequência das políticas salariais, de recursos humanos e de compressão dos preços dos medicamentos em ambiente hospitalar. (Figura 2)
Interessante é também conhecer quem paga estes cuidados hospitalares privados. À frente está o bolso dos cidadãos, com 35%, seguido de serviços pagos pelo SNS com 31%, subsistemas públicos (ADSE sobretudo) com 21% e subsistemas e seguros de saúde privados com cerca de 11%. Em termos de evolução, tem vindo a baixar a proporção de pagamentos directos dos cidadãos, por contraponto de aumento dos pagamentos do SNS e da ADSE. Ou seja, em termos globais, nacionais, parte substancial do crescimento tem sido feito por aumento das ligações ao SNS, e também por crescimento da actividade financiada pela ADSE. As dificuldades financeiras das famílias devem ter tido um papel relevante na diminuição da importância relativa dos pagamentos directos (que baixaram em valor absoluto face ao valor máximo registado em 2008). (Figura 3)
3 \03\+00:00 Outubro \03\+00:00 2014 às 14:47
Tambem aqui retiramos ao cidadão+mercado o papel central de regular a procura e passamos para as “corporações” o papel de decisor mor de quem vai crescer ou não.
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3 \03\+00:00 Outubro \03\+00:00 2014 às 19:18
O que explicará os “serviços pagos pelo SNS com 31%”? Convenções do SNS com privados? SIGIC? Quais as “parcelas” da conta “SNS”?
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