Esta semana, no Gabinete de Crise na Rádio Observador, o foco da atenção foi o trabalho dos médicos de família, que estão a acompanhar e a tratar a maioria dos doentes confirmados com COVID-19.
Como tem sido habitual, deixo aqui o meu resumo do que abordei.
Número da semana: 97%.
É a proporção das pessoas com covid-19 confirmada que está a ser seguida pelos cuidados de saúde primários. Há aqui um importante trabalho invisível dos médicos de família no seguimento destes doentes, bem como um trabalho de base dos médicos de saúde pública na identificação dos contactos e nos casos suspeitos. A resposta do SNS é muito mais do que realizar testes e dar tratamento hospitalar.
Média de novos casos diários por semana (semana “Gabinete de crise”, de 6ª a 5ª seguinte)
Lisboa e Vale do Tejo | Resto do País | Total nacional | |
8 a 14 de maio | 118 | 110 | 229 |
15 a 21 de maio | 158 | 68 | 227 |
22 a 28 de maio | 206 | 34 | 240 |
29 maio a 4 junho | 259 | 25 | 285 |
Nota: valores arredondados à unidade
Mito da semana: o calor vai fazer desaparecer o virus da COVID-19.
Infelizmente não vai, não é claro sequer que atenue. Também aqui a incerteza sobre o vírus é grande. Ainda não se sabe qual a sazonalidade que possa haver, mas todos os paises, seja inverno ou verão ou primavera ou outono, têm tido que lidar com o vírus. Por isso, teremos que manter os cuidados durante as quatro estações do ano enquanto não houver vacina ou tratamento.
Esperança da semana: esperança no sentido que querer que algo aconteça, esperança que os surtos que têm surgido na zona de lisboa sejam realmente limitados na sua extensão.
A intervenção rápida das autoridades de saúde, no detetar, testar, conhecer contactos e isolar quem for positivo para a COVID-19 dá esperança que sejam situações contidas e sem dar a origem a um crescimento acelerado. A esperança está na decisão rápida, e no cortar os contágios possíveis.
A evolução recente desta semana não vai de encontro a esta esperança, pelo que é uma esperança da semana que contém a esperança de se conseguir uma evolução em Lisboa que inverta a evolução do último mês.
Por outro lado, a esperança positiva da semana passada foi cumprida – não tivemos surtos associados com a possibilidade de visitas aos lares e às residências de idosos. Os cuidados que estão a ser tidos por todos têm garantido este resultado.
6 \06\+00:00 Junho \06\+00:00 2020 às 22:10
SIm, mas, quando detectam algum doente, qual o tratamento que dispensam os médicos aos infectados?
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7 \07\+00:00 Junho \07\+00:00 2020 às 17:35
O melhor será um médico de família responder; pelo que percebi, pode ser apenas acompanhamento de sintomas, e medicamentos para baixar febre. Se os sintomas agravarem, então pode vir a ser internado.
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