Cap. 2: Área Monetária Óptima
Este é um capítulo mais dedicado aos princípios económicos de criação e sustentação de zonas económicas com uma moeda comum. A principal preocupação enunciada é o problema de “choques assimétricos”, isto é, eventos não antecipados que afectam mais umas regiões do que outras. E dá como exemplo de choque assimétrico associado com a entrada no euro a descida nas taxas de juro (e na inflação) que foi muito mais forte nuns países (Portugal incluído) do que noutros. Interessante seria saber até que ponto a própria discussão sobre as vantagens de uma moeda única num mercado europeu não criou expectativas de crescimento económico que justificaram a forte reação de recurso ao crédito, pelo sector público e pelos privados, como resposta à redução de taxas de juro. Mas Pedro Braz Teixeira identifica também respostas assimétricas a um choque simétrico – a abertura ao Leste Europeu é um choque simétrico, que teve como resposta na Alemanha um posicionamento de moderação salarial e em Portugal (bem como noutros países da União Europeia) teve-se falta de moderação salarial face a essa concorrência desses países do Leste da Europa. Este segundo exemplo também levanta a questão de o problema não ter estado apenas nas condições de partida para o euro, segundo a teoria das uniões europeias óptimas, e de se ter de colocar a hipóteses de os decisores públicos terem tido outra racionalidade que não apenas a económica (ou de haver elementos que não estão ainda a ser considerados).