Cap. 3: Deficiências e críticas silenciadas
A primeira “deficiência” é diferentes culturas Norte – Sul na Europa. A segunda “deficiência” é a ausência de um “verdadeiro orçamento federal” (no sentido do volume de financiamento do mesmo) e de uma união bancária. A terceira “deficiência” apontada é a ausência de mecanismos de correção automática de desequilíbrios das contas externas – e o exemplo é a desvalorização da moeda. Destes três aspectos, o primeiro depende dos povos, o segundo depende dos equilíbrios políticos e o terceiro parece ignorar que a desvalorização como investimento também pode ser mal utilizada, e que Portugal ter esse instrumento não impediu duas intervenções do FMI prévias à entrada na (então) CEE. Além de não conhecer um país que tenha tido uma estratégia de desenvolvimento e crescimento sustentado baseado unicamente na desvalorização da sua moeda.
Estas deficiências são classificadas por Pedro Braz Teixeira como deficiências colectivas, comuns a todos os países da União Europeia. Em termos de deficiências individuais, a flexibilidade do mercado de trabalho surge como o principal problema de Portugal, numa perspectiva de participação no euro e no espaço económico correspondente.
A segunda parte deste capítulo refere as diferentes visões sobre a entrada no euro, com o lamento de se terem ignorado vozes críticas, assinalando a diferença importante que existiu no processo seguido no Reino Unido (onde houve um exercício público de avaliação do interesse da entrada no euro) e noutros países da União Europeia.