Momentos económicos… e não só

About economics in general, health economics most of the time


Deixe um comentário

feeling tired…

de manhã, apresentação do trabalho sobre (algumas) políticas públicas em saúde, sumário e apresentação disponíveis para download (tentarei responder a todas as perguntas em 48h ou menos).

IMG_1378

De manhã, em Lisboa

depois aulas na Nova SBE, e

ao final da tarde, intervenção na Organización Médica Colegial de España sobre patentes e medicamentos.

De tarde

De tarde, em Madrid, a exercitar um espanhol sofrível…


1 Comentário

Observatório mensal da dívida dos hospitais EPE, segundo a execução orçamental (nº 17 – Setembro 2015)

Os valores da execução orçamental referentes a Agosto de 2015 têm um valor mais baixo da dívida dos hospitais EPE (gráfico 1). A evolução descendente do último mês mais do que compensou a tendência de subida anterior. O valor do mês de Julho estava acima do que seria previsível pela tendência de descida, e o de Agosto ficou abaixo. Em termos de valores tendenciais, não se rejeita que a evolução verificada no final do Verão de 2014 seja similar à que ocorre desde abril, com um ritmo de descida que tem uma estimativa pontual de -9 milhões de euros por mês, embora não a variação que tem tido não exclua que seja nula em média (por conta dos dois meses de acréscimo que estão incluídos neste período). Apesar de tudo, o ano de 2015 teve, neste campo das dívidas dos hospitais EPE, uma evolução global mais favorável que o ano de 2014. Resta saber o papel que os diferentes reforços financeiros foram tendo, uma vez que sendo realizados de forma mais suave e sob diferentes nomes tiveram também um efeito mais diluído. A hipótese alternativa é que se começam a ver mudanças reais neste campo. Com a informação que tenho disponível não é possível fazer uma escolha entre as duas interpretações.

grafico1

Gráfico 1

grafico2

Gráfico 2

Gráfico 3

Gráfico 3


Deixe um comentário

descubra as 8 diferenças…

Por uns momentos fiquei baralhado.

Teria ocorrido mais uma fusão académica em Lisboa sem ter dado por isso?

Seria um episódio Twilight Zone?

Ou apenas uma versão de “descubra as 8 diferenças”?

IMG_2368 logo

Isto há cada coisa…

(Nota: este ISEG está localizado em Paris)


1 Comentário

sou do tempo em que…

nos aviões se tinha o aviso de proibição de fumar, e não o moderno proibido usar o telemóvelIMG_2353


Deixe um comentário

puxar o brilho à prata da casa

5 anos de Pordata. Ideia de António Barreto. Liderança e concretização de Maria João Valente Rosa. Apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Uma nova forma de acesso a estatísticas sobre Portugal. Uma nova forma de as entidades que produzem estatísticas se relacionarem com o mundo exterior.

Comemorações com Hans Rosling, que desenvolveu um método de apresentar estatísticas de forma viva e apelativa (gapminder). Entre as várias estatísticas internacionais que falou, referiu que Portugal hoje tem a melhor esperança de vida para os países que têm rendimento (PIB per capita) similar. E essa característica não estava presente em 1980, primeiro ano  do Serviço Nacional de Saúde (criado em 1979). Os dois gráficos seguintes do gapminder ilustram esta diferença de 33 anos (2013 é o ano mais recente). Temos aqui uma base para maior ambição, que deve passar pela melhoria da qualidade de vida em idades mais avançadas, além da longevidade.

De qualquer forma, foi simpático vir alguém de fora “puxar o brilho à prata da casa”.

Screen Shot 2015-09-23 at 19.18.27

Screen Shot 2015-09-23 at 19.19.13


1 Comentário

Sábado. Expresso. Modelo de negócio.

Sábado. Fim de semana na Madeira para reunião de trabalho. Desejo de comprar um famoso semanário português. Procura de um ponto de venda. Ponto de venda encontrado dentro de um centro comercial. Como esperado, jornal só chega depois de almoço (pareceu-me natural). Pedido de reserva de exemplar, como faço frequentemente noutros locais. Não é possível. Dá para perceber, nunca se sabe se o “turista do continente” regressa para pagar. Proponho pagar adiantado, retirando todo o risco do negócio e se não aparecer até certa hora poderá vender novamente. Diz a vendedora que não tem autorização para aceitar. Peço para ligar a quem tenha a autoridade de poder aceitar. Não pode telefonar porque a patroa zanga-se. Como eu, quatro outras pessoas, também “turistas do continente”. Ok, pode ser uma venda pequena e não lhe fazer diferença. Mas não deixou de contrastar com o que tenho encontrado noutros locais. E não sei se toda a atitude de não querer vender é bom sinal para o modelo de negócio.

IMG_2320


Deixe um comentário

sondagens, margens de erro e euforias (ou depressões)

As sondagens ganharam peso mediático inquestionável ao longo dos anos, e no caso das próximas eleições há, claramente, uma vontade de cada lado procurar criar um efeito de arrastamento por surgir melhor colocado nas sondagens. As que causaram maior impacto recente foram as sondagens RTP/CESOP, que dão vantagem entre 6 e 7 pontos percentuais à coligação “PàF”.
Uma sondagem sobretudo com poucos que respondem tem uma imprecisão grande e na descrição desta sondagem RTP isso é assinalado (aqui): “Dada a margem de erro desta sondagem, de 3,8 por cento, o limite mínimo do intervalo associado à votação na coligação (35,7 por cento) é inferior ao limite máximo do intervalo associado à votação do PS (38,2 por cento). Sublinham os autores da sondagem que, assim sendo, “isto quer dizer que, com base apenas nesta sondagem, não se pode dizer que a coligação tenha hoje mais intenções de voto do que o PS”.

Para seguir as diversas sondagens e a sua agregação, a recomendação que deixo é a informação do popstar, que tem desde o início do mês de Setembro de 2015 uma situação de empate técnico (com sobreposição quase total dos intervalos de confiança das intenções de voto nos maiores partidos, PaF e PS), e a opinião de Pedro Magalhães (aqui), que a ler tecnicamente os resultados das várias sondagens é insuperável.

Relativamente à sondagem da RTP, mesmo não conhecendo os ponderadores de cada resposta, só olhar para os valores absolutos dá uma ideia da imprecisão que pode estar presente – se todos os inquiridos tivessem a mesma ponderação de representatividade (e sabemos que não é assim), então dos 678 inquiridos 87 votavam PaF e 74 no PS, esta diferença de 13 votos, comparando com os 285 indecisos, dá uma ideia do grau de imprecisão que pode estar presente. [mesmo aplicando os ponderadores esta comparação deve ter a mesma ordem de grandeza]. A isto adicione-se os 45% que não completaram o inquérito ou recusaram responder (cerca de 554-555), e que provavelmente não têm a mesma distribuição de votos que os que responderam. Ou seja, sondagens são úteis quando têm um número de observações suficientemente elevado, o que não tem sido o caso. Por isso a agregação das várias sondagens é a melhor forma de obter informação. Comentar sondagem a sondagem é apenas adicionar ruído.

E também seria útil ir sabendo, além das margens de erro em percentagem que as fichas técnicas apresentam, qual o número de votantes na sondagem que separa os dois principais partidos/coligação e o número de indecisos.


Deixe um comentário

saúde no programa “PàF” (6)

A coligação “PàF” tem ainda um conjunto de propostas interessantes na área da digitalização da saúde: sistema de informação georeferenciado de dados de saúde – que suponho queira dizer que cada cidadão ou profissional de saúde poderá aceder à informação de saúde em qualquer ponto do país (às vezes o jargão técnico não é muito claro) e saúde digital – registo clínico electrónico. Nesta parte do eHealth e mHealth (jargão técnico para acedermos a informação e a serviços relacionados com o Serviço Nacional de Saúde através da internet e dos telefones móveis), tem havido desenvolvimentos que provavelmente irão ser continuados por quem quer que seja venha a formar o novo Governo. As funcionalidades existentes ainda andam um pouco aos soluços e os interfaces ainda não são totalmente amigáveis ao utilizados.

Numa experiência que fiz para testar o que está disponível, não houve dificuldade em criar e entrar numa área do portal da saúde que me seja dedicada. Consegue-se agendar consultas de médico de família, mas não com rapidez (ou seja, para ver o meu médico de família com brevidade para qualquer problema de imediato, a app no telemóvel não serve); há também uma área onde posso colocar medicação tomada, mas desconfio que o meu médico de família não sabe o que eu lá indicar se não for falar com ele – talvez fosse útil ter um botão para enviar informação registada ao médico de família que depois poderia assinalar que viu (isto é detalhe excessivo para um comentário ao programa eleitoral, mas mostra que é adequado dar atenção a estes desenvolvimentos – como nota final, talvez aqui o sector público possa aprender com plataformas privadas que estão a ser desenvolvidas, incluindo algumas de raiz nacional). Mas confirmei que a informação que coloco fica disponível imediatamente para o médico de família. “Atrasei” 5 minutos uma consulta para fazer um teste ao vivo, em que no meu computador coloquei nova informação no portal da saúde, na minha área pessoal, e um refresh no computador do médico de família revelou imediatamente essa mesma informação. Quando propus o teste real não acreditei que fosse funcionar, mas foi rápido e simples. O esforço realizado ao longo dos anos no desenvolvimento desta ligação está a dar os seus resultados em termos de sistema, e por isso será de passar à fase da utilização desta informação.


Deixe um comentário

saúde no programa “PàF” (5)

Outras ideias que surgem no programa “PàF” são a integração entre níveis de cuidados, a criação de um SIGIC para MCDTs, desenvolvimento dos cuidados paliativos e a atenção a dar à saúde mental, em particular as demências.

Todos estes aspectos são relevantes no sistema de saúde português, e no Serviço Nacional de Saúde. E expressos de forma genérica são também provavelmente bastante consensuais. Refletem, com grande probabilidade, as pessoas que foram ouvidas na elaboração do programa.

Desta lista, seria interessante saber mais sobre a intervenção que se pensa fazer nos cuidados paliativos, por um lado, e na saúde mental, por outro lado.

Também surgem as ideias de programar a rede hospitalar (e estou curioso para ver como é que esta programação da rede hospitalar é compatibilizada com a liberdade de escolha que também se quer promover – e se as pessoas não escolherem o hospital que foi “programado” para elas, muda-se a programação ou “obriga-se” à escolha?), rever a gestão das Unidades Locais de Saúde; e aqui seria bom conhecer qual a base de evidência de que se parte, quais os problemas encontrados que sugerem necessidade dessa revisão, e que aspectos têm que ser incluídos na revisão para que alcance os objectivos pretendidos – as intervenções políticas propostas também podem ter um pouco de “remuneração por objectivos”?

Dentro desta linha, surge uma vez mais a devolução de hospitais às Misericórdias, que é uma opção política e válida enquanto tal, mas não uma opção técnica com evidência que a suporte de forma inequívoca (na verdade, também não conheço evidência que se lhe oponha).


Deixe um comentário

saúde no programa “PàF” (4)

Outros aspectos focados no programa do PàF, para a área da saúde, são o papel do enfermeiro de família, as farmácias como parceiro do Serviço Nacional de Saúde, e a qualidade.

Sobre estes três aspectos, é de realçar a importância que a procura de “qualidade” pode ter para a melhoria permanente das instituições públicas que prestam cuidados de saúde, se for bem usada e não se traduzir apenas em obrigações de reporte e auditoria que em nada alteram a organização interna. Qualidade é “fazer bem à primeira”, evitando repetições de actos, por exemplo. Para maior desenvolvimento do que me parece adequado como papel da qualidade, remeto para o que está escrito do Relatório da Gulbenkian “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”.

Quanto ao papel das farmácias, é uma mudança mais importante do que possa parecer, uma vez que se trata de as ver como um parceiro privado (ou muitos parceiros privados, na verdade) e não como um fornecedor de serviços. Mas será importante a distinção entre a rede de farmácias, e sua densidade, e cada farmácia por si só. A forma concreta como se concretizará fará toda a diferença. A tendência é que sejam definidos programas de prestação de serviços, com remuneração e avaliação de desempenho. A alternativa seria a “nacionalização” das farmácias para as incluir no Serviço Nacional de Saúde, mas duvido que seja essa a ideia. Este é um caminho que está a ser iniciado em vários países, e será de ir aprendendo com essas outras experiências, sem receio de também experimentar opções novas e adaptadas à situação portuguesa.

No que toca ao enfermeiro de família, depois de um longo (demasiado longo) processo de aceitação da ideia em termos formais, é necessário cuidar de a aplicar adequadamente. É um esforço que terá de ser feito ao nível de cada unidade de cuidados de saúde, e não tanto a nível central. A tentação nacional é sempre a de estabelecer regulamentos que nunca chegam a ser cumpridos mas que impedem a acção, ou pior ainda de estabelecer documentos legais que remetem para regulamentos que têm de ser feitos, e que nunca chegam a ser feitos. Desconheço o que se passa neste momento com os enfermeiros de família, mas gostaria que o primeiro passo não fosse o de estabelecer o regulamento dentro de cada unidade de saúde do que pode ou não pode, do que deve ou não deve fazer. Seria também bom saber se está previsto algum tipo de acompanhamento na recolha de informação, que permita vir a documentar os resultados das primeiras experiências de funções e integração dos enfermeiros de família.