O Expresso da Meia-Noite de ontem teve a participação de Manuel Teixeira, Isabel Vaz, Adalberto Campos Fernandes e João Almeida Lopes, segundo a ordem pela qual foram introduzidos (espero não estar enganado). Discussão sobre o sistema de saúde naturalmente.
Elementos chave da discussão realizada, pelo menos o que dela retive:
– Manuel Teixeira – necessidade de ajustamento para garantir a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde, argumenta que devido à “má despesa” se podem reduzir os custos sem afectar qualidade ou acesso dos cidadãos. Centrada a mensagem em que o único caminho, nas actuais condições de financiamento da economia, só pode passar pela redução da despesa.
– Isabel Vaz – o ponto forte acabou por ser o apelo a uma maior exigência dos cidadãos, para forçar a que a gestão das entidades que prestam cuidados de saúde seja obrigada a melhorar. Também teve que responder à (habitual) questão sobre gestão pública versus gestão privada, e sobre o novo hospital de Loures (sim, é um hospital do Serviço Nacional de Saúde, indistinto para o utente em termos de acesso dos outros hospitais públicos, como o Hospital de Santa Maria).
– Adalberto Campos Fernandes – procurou salientar que a asfixia financeira actual não pode fazer com que a componente política das decisões no sector da saúde seja ultrapassada pela componente financeira do curto prazo; também argumentou a favor de uma leitura transparente do exercício da gestão pública no sector da saúde. A preocupação com o subfinanciamento da saúde foi igualmente expressa, devido aos riscos de redução de acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde que comporta.
– João Almeida Lopes – naturalmente centrado no campo do medicamento, duas mensagens que procurou passar. Por um lado, o sector do medicamento está já a ajustar às novas condições de restrição da despesa pública, nomeadamente na despesa pública com medicamentos em ambulatório; segundo, já se está, segundo referiu, a ir para além do exigido no Memorando de Entendimento, e não há outra área da saúde onde este esforço tenha paralelo.
Que podemos retirar no fim do programa?
– a redução da despesa pública com cuidados de saúde vai ter que baixar; ou será feita com de forma ordenada, articulando a necessidade económica com prioridades políticas, ou será desordenada com racionamento (aleatório), determinado pela falta de dinheiro. A palavra “racionamento” não entrou na discussão, mas esteve latente. Há que optar pela versão ordenada, que é muito exigente certamente, não tenho a certeza que seja possível alcançar o montante de redução de despesa pretendida, mas é certamente melhor caminho que a segunda opção;
– a redução da despesa passa por uma maior exigência sobre a gestão dos cuidados de saúde, e que neste momento todos estão de acordo com a necessidade de tornar efectiva essa maior exigência, e não ser apenas uma frase “chave” para seminários, conferências ou blogs.
Para quem quiser ver em diferido, via SIC Noticias, aqui
(post gémeo com Estado Vigil)
24 \24\+00:00 Setembro \24\+00:00 2011 às 11:33
Pedro
Comparando com as minhas notas e concordando totalmente com o teu excelente post resumo, apenas acrescentaria que o Nicolau Santos tentou fazer o trabalho de um Padre entre dois grupos de fiéis que sendo da mesma igreja têm posturas mais radicais ou consensuais:os da gestão “on the job” e os da Gestão “on the politica com e sem dinheiro”.
Que curiosamente se intersectaram ao longo do program de uma forma suiperior enquanto o “Padre Nicolau” olhava em pensamento: ” a coisa está de morte”.Mas estes ajudaram a sobreviver a minha esperança que o Senhor Ministro ao ver o programa tenha repetido várias vezes: valham-me todos os Santos”
Nota complementar de ligação ao dia de ontem :Hoje está um belo dia para uma volta na cidade e puxar pelo optimismo:))
Abraço
FVRoxo
PS: E agora vou postar identicamente no Estado Vigil para que os dois grupos de seguidores não tentem encontrar incoerências de análise como aconteceu no Buraco da Madeira.:)
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24 \24\+00:00 Setembro \24\+00:00 2011 às 12:05
Olá Francisco
😀
aqui para os meus lados, as nuvens no céu estão sombrias, os Santos, e não o Santos, devem estar distraídos !
e o Buraco da Madeira não será mais o vórtice da Madeira?
abraço
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