Tendo saído na semana passada o boletim de Agosto da execução orçamental, é possível fazer uma atualização da evolução da dívida dos hospitais EPE. Nos números “em bruto”, o valor de Julho de 2016 é mais baixo do que o valor de Junho anterior. Apesar de esta ser uma noticia obviamente melhor do que um aumento da dívida dos hospitais EPE, na verdade altera pouco a tendência que vem desde o verão passado de crescimento. Nos últimos três meses ocorreu um crescimento mais acelerado da dívida dos hospitais EPE, depois do que também tinha sido um mês de decréscimo. E no último ano todos os meses em que houve uma descida da dívida dos EPE face ao mês anterior, rapidamente se retomou pelo menos o ritmo anterior. Ou seja, os factores pontuais que justificam uma descida da dívida dos EPE num mês normalmente perdem efeito muito rapidamente.
Realizando as contas habituais de determinação da tendência de médio / longo prazo de crescimento da dívida, constata-se que o valor de Julho de 2016 está sobre a linha de tendência histórica, e que o de Junho tinha estado acima dessa tendência.
Não há, pois, qualquer boa novidade no valor deste mês quanto aos factores estruturais subjacentes à dívida dos hospitais EPE, pois apesar de o valor ser mais baixo, tal revela apenas que a aceleração do crescimento da dívida nos últimos três meses foi pelo menos momentaneamente contida.