Mesmo a fechar o ano, não podia faltar o número de Dezembro deste Observatório informal sobre a dívida dos Hospitais EPE, com curiosidade de perceber se a mudança política trazida pelas eleições de Outubro de 2015 se traduziram nalguma modificação de comportamento. Com a divulgação de execução orçamental relativa a Novembro, faz-se a cobertura do período de transição entre o final do primeiro Governo liderado por Passos Coelho e a tomada de posse de António Costa. Assim, qualquer efeito que se possa encontrar estará associado com essa transição apenas. Em Outubro e Novembro de 2015 ocorre um aumento da dívida dos Hospitais EPE, em sentido contrário ao que vinha a ser a tendência desde praticamente o início do ano. O aumento não é porém ainda suficientemente forte para que se possa falar numa inversão de tendência em sentido estatístico do termo.
A preocupação com uma possível inversão de tendência terá que esperar ainda alguns meses. A execução orçamental do mês de Dezembro (que será conhecida no final de Janeiro de 2016) provavelmente beneficiará de efeitos de fim de ano em termos de descontos e paybacks de acordos que existam. E dependendo do que venham a ser os orçamentos definidos para os hospitais pelo novo Governo, os valores de Janeiro poderão vir a ser pouco informativos. A informação pública, a menos de algum efeito muito forte que venha a existir, durante os próximos meses será assim mais difícil de interpretar.
A habitual Figura com as linhas de tendência e a respectiva regressão de suporte podem ser comparadas com os do mês anterior, para se ver a atenuação da linha de tendência de descida (que permanece como não rejeitando a hipótese de estabilidade como possibilidade – coeficiente de declive não é estatisticamente distinto de zero), que passou de -14M€/mês para -12M €/mês.