Continuando na leitura, chega-se à seção de oportunidades e vantagens competitivas de Portugal. O rumo da discussão toma desde logo a direção da energia e das transformações nesta área, mas depois cobre tudo um pouco – robótica, materiais, e até um “impacto extraordinário na longevidade da vida humana” (o que quer que isso seja, estamos a falar de 10 anos, 30 anos? Além da longevidade devia-se focar na qualidade da vida em idades avamçadas). E de repente foca-se nos elementos de transformação digital, tocando nas buzzwords atuais. Passado essa parte, cai-se na discussão do “controlo dos minerais estratégicos”, procurando uma visão de geopolítica e cruzada destes vários elementos. É uma discussão interessante pela que mostra dos interesses do autor. Infelizmente, é pouco consequente em termos de opções estratégicas para a recuperação económica. Dado que se está, supostamente, a falar de vantagens competitivas de Portugal, era importante ter uma discussão do posicionamento face aos restantes países – distinguir entre tecnologias e infraestruturas que é preciso um país ter para que as empresas possam participar plenamente nos mercados internacionais e elementos que permitam uma vantagem única e não imitável (pelo menos imediatamente) nem substituível às empresas de base portuguesa. Essa informação é necessária para conseguir definir então estratégias de investimento, e também também definir o que faz sentido dentro dos “seis futuros” que são apresentados (bem, na verdade não são “seis futuros”, são ideias que se podem complementar ou substituir). E sobretudo nessa discussão dos “seis futuros”, ou melhor de elementos de evolução possíveis, é preciso adicionar quais os agentes económicos e/ou políticos essenciais – é que o problema não se resume a “escolher” deste menu de ideias aquelas que se pretendem alcançar, é preciso saber como e quem o faz, e que instrumentos diretos e indirectos podem ser usados – definir um objectivo de um “futuro” e depois não ter instrumentos para lá chegar não terá grande utilidade.