Momentos económicos… e não só

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sobre a investigação em economia,

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interessante artigo vindo de um blog espanhol, nadaesgratis, são focadas as áreas onde se verificaram maiores avanços no conhecimento científico, mas também tem uma discussão do que se entende por progresso cientifico em economia, que é distinto do que se passa nas ciências exactas.

Os aspectos que me chamaram a atenção são os desenvolvimentos em áreas provavelmente menos associadas, em geral, com a teoria económica:

a) o desenvolvimento de mecanismos institucionais para decisões sobre onde utilizar recursos, com destaque para os leilões

b) o contributo para o conhecimento e para a tomada de decisão em assuntos como o combate à pobreza e a mobilidade social, imigração, raizes económicos do populismo, a qualidade da gestão (ainda há pouco tempo objecto de polémica por afirmações de um ministro), efeitos de subir o salário mínimo, entre outros

c) o desafio futuro para mais e melhores contributos ser em grande medida condicional à disponibilidade de dados administrativos (devidamente anonimizados) para realização de investigação.

Como exemplo da investigação produzida, sugiro uma leitura rápida de um trabalho recente sobre os efeitos das subidas de salário mínimo na Hungria (interessante não pelo país em si, mas pelo que os dados permitiram saber) – a subida do salário mínimo foi em 75% refletida em preços mais elevados aos consumidores, e 25% foi absorvida pelas empresas; as empresas exportadoras têm menor capacidade de realizar essa passagem para os consumidores. O texto está disponível aqui. Para Portugal, seria interessante saber como se tem processado este ajustamento, sabendo que muitas empresas que prestam serviços ao Estado não terão capacidade de repercutir nos preços o aumento do salário mínimo (ainda há poucos dias se falou dos problemas das instituições de solidariedade social a referir a necessidade de mais apoio público na sequência da subida do salário mínimo).

Nas observações finais para o futuro, no nada-es-gratis colocam como elemento central o acesso a dados administrativos que já existem. E se lamentam que Espanha esteja a ficar para trás, em Portugal temos diferentes situações consoantes as áreas – na saúde, há muita informação que pode ser trabalhada, desde que cumpridas as formalidades de acesso; na segurança social, é o contrário – há tradicionalmente enorme relutância em ceder informação; as Autoridade Tributária (Portugal) e Agência Tributária (Espanha) são de complicado acesso, etc.

 

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

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