Cap. 5: o pecado original da estagnação portuguesa
Este é um dos capítulos centrais no livro de Pedro Braz Teixeira, e coloca no “excesso de estímulos” antes da adesão ao euro o peso da explicação da atual estagnação económica – com a subida de preços e salários, houve uma viragem do investimento e do esforço produtivo para sectores como a construção e serviços (em geral, para o sector de bens e serviços não transacionáveis internacionalmente). E “como o sector não transacionável tem menor crescimento da produtividade, o crescimento da economia como um todo sofreu com esta alteração da estrutura produtiva, passando a crescer muito menos”. É a partir desta alteração estrutural que gera a raiz do atual período de (quase) estagnação do crescimento económico. Esta viragem não foi da exclusiva responsabilidade do sector público, pois também os agentes privados se voltaram para dentro e canalizaram os seus esforços, financeiros e de recursos humanos, para investimentos em sectores com baixa taxa de crescimento da produtividade (mas que por causa da proteção que beneficiaram tinham elevadas taxas de rentabilidade para os agentes privados) e em alguns para investimentos em “megalomanias privadas”