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Observatório mensal da dívida dos hospitais EPE, segundo a execução orçamental (nº 22 – Fevereiro 2016)

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Para subtítulo do observatório mensal da dívida dos hospitais deste mês, hesitei entre “Ano Novo, Vida Nova”, ou “Uma herança renovada”. O motivo está em que o valor de Janeiro de 2016 para a dívida dos hospitais EPE, tal como publicado na execução orçamental (disponível publicamente como usual no site da Direcção-Geral do Orçamento) apresenta uma subida face ao mês anterior, e mais importante segue uma tendência de subida desde Setembro/Outubro de 2015. O final do ano, com regularizações várias e descontos de preços, acaba por fazer baixar a dívida mas de uma forma temporária.

Olhando para o gráfico contendo os valores da dívida, constata-se que os sinais de uma inversão de tendência podem já ser encontrados no final do Verão, possivelmente numa antecipação de menor pressão sobre o controle da despesa hospitalar com o aproximar das eleições (que tiveram lugar no início de Outubro de 2015). Desde Outubro até Janeiro, o crescimento médio das dívidas hospitalares foi de 18 milhões de euros/mês (se colocarmos o início da inversão de tendência de descida em Setembro, o aumento médio mensal é de cerca de 15 milhões de euros/mês).

A ser confirmada esta situação, significa que o alívio da pressão política para controle da despesa se faz sentir de forma quase imediata num aumento desta, mesmo que temporariamente ocultada pelos efeitos de fim de ano. Significa também que a menos que essa pressão política seja internamente resposta no Ministério da Saúde, a proposta de Orçamento do Estado terá que vir a lidar com esta pressão (inesperada?).

Os valores agregados da DGO não permitem saber se este aumento está concentrado num conjunto pequeno de hospitais, ou se é generalizado, mas claramente deverá ter lugar uma intervenção de gestão entender este efeito.

O gráfico seguinte apresenta os valores observados e com tendências admitindo que a tendência desde Janeiro de 2015 se mantém. Torna-se claro que Janeiro de 2016 está acima dessa linha de tendência (o que daria lugar ao subtítulo “Ano Novo, Vida Nova”, com mais dívida). O segundo gráfico coloca o início da nova tendência em Outubro de 2015, e daí se observa como tem sido crescente, descontando o mês de Dezembro de 2015, logo “uma herança renovada”.

E os tempos voltam a ter novidades no seguimento da dívida dos hospitais EPE.

graf1

Sem considerar inversão de tendência desde Fevereiro de 2015

 

graf2

Com inversão de tendência a partir de Outubro de 2015

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

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