Uma das secções do relatório é dedicada à utilização mais eficiente dos recursos humanos, com vários aspectos: a) alteração do trabalho dos enfermeiros, também eles devem sair do hospital, participar na coordenação necessária a altas mais cedo de doentes, etc; b) pensar na figura do gestor de caso (aliás, já sugerida num relatório sobre integração de cuidados apresentado ao Ministério da Saúde); c) repensar o modelo de acompanhamento da doença crónica, o que se liga ao ponto anterior, e tendo como ponto de partida a diabetes.
Para organizar melhor esta evolução no papel das várias profissões de saúde, talvez uma possibilidade seja ter uma task-force, à semelhança do processo que criou e conduziu o processo das unidades de saúde familiar.
Outra reforma está associada às Administrações Regionais de Saúde (ARS) e ao que fazem. Em concreto, a proposta parece ser retirar alguma descentralização, para que as ARS se possam concentrar nas acções em que beneficiam do conhecimento local que possuem. Neste ponto, vale a pena pensar qual a dimensão adequada e se calhar encarar mesmo acabar com as ARS (ou pelo menos concentrar duas delas, Alentejo e Algarve, para ganhar escala de trabalho) ou então pensar na ação descentralizada com base noutra unidade geográfica. Ou seja, para o papel de maior proximidade da população e utilização de conhecimento local, não é clara qual é a unidade geográfica mais adequada – pode ser a ARS, pode ser mais agregada ou menos agregada.
Surge ainda, com maior detalhe, o problema das variações de prática clínica – neste campo é necessário não só conhecer essas variações, como identificar as alavancas a nível das instituições e saber como as aplicar para reduzir essas variações.