Têm surgido diversas referências à execução do PPR. E vai surgindo também informação sobre o processo. A estrutura “recuperar portugal” disponibiliza um “ponto de situação operacional” (aqui, para a versão de 13 de outubro de 2021), disponibilizam também a informação sobre os “contratos internos” (aqui)
A seu tempo espero que venham a colocar disponível outra informação complementar, nomeadamente quando se falar de financiamentos para projetos colocados a concurso.
Interessa menos a taxa de execução (quantos euros estão atribuídos e distribuídos) do que saber-se qual a rentabilidade esperada desses investimentos: se vão para equipamentos para os quais depois não há procura (o que seria no PPR o equivalente ao aeroporto de Beja) ou que exigem recursos humanos para os quais não se disponibiliza verba no futuro, ou se vão para investimento reprodutivo. A pergunta crucial é: em média, qual a taxa de retorno de cada investimento? ou melhor ainda, no excel dos projetos aprovados e contratados, passar a constar uma medida de retorno económico (ou social, para alguns casos) dos investimentos, e que sejam parte constante dos processos de candidatura.
Outra pergunta simples, fácil de verificar, é se os apoios do PRR têm lugar em sectores/áreas que são exportadoras ou que são voltadas para o mercado interno (será bom que se consiga evitar repetir o padrão de especialização produtiva da economia portuguesa ocorrido na primeira década do século, excessivamente virado para um mercado interno pequeno e em serviços e produtos com poucos ganhos possíveis de produtividade, impossibilitando por isso um crescimento de salários continuado).
A monitorização da contratação do PRR não deve ser só sobre que montantes foram atribuídos a quem, mas também sobre que resultados se espera obter. Evitar financiar projetos que apenas são rentáveis por haver apoio público a fundo perdido deve ser um objetivo (sejam investimentos públicos ou privados).
Para que daqui a um, dois, três, cinco anos se possa também confrontar os resultados obtidos com os agora prometidos nos projetos. E como mostra esta avaliação feita há poucos anos, é possível metodologicamente fazer essas contas.