Saiu esta semana mais um boletim da Direção-Geral do Orçamento, permitindo ver a evolução dos pagamentos em atraso dos Hospitais EPE em Abril, período de resposta à COVID-19. À partida, tinha em mente duas hipóteses concorrentes para “testar” com a evolução verificada – ou continuava o efeito de redução de dívida, reflexo das verbas adicionais que deveriam estar a chegar aos hospitais; ou a despesa com a COVID-19 estaria em pleno, e com o orçamento anterior, obrigaria a voltar a atrasar pagamentos a fornecedores, gerando um salto anormal nos pagamentos em atraso.
Curiosamente, nem uma coisa nem outra, talvez os dois efeitos se tenham anulado mutuamente, pois o que se observa no valor de maio é quase um regresso ao passado normal sem COVID-19. Os pagamentos em atraso cresceram 46 milhões de euros face ao mês anterior, dentro dos padrões habituais. Um pouco mais baixo, em termos de ritmo mensal, do que era o caso em 2019 (depois de descontadas as regularizações e transferências de verbas extraordinárias), mas não radicalmente fora (por coincidência estatística, similar ritmo médio de crescimento durante o ano 2017).
Fica a curiosidade de saber como evolui nos próximos meses, para perceber se continua a triste tradição de regularização – manter ou acelerar ritmo de crescimento – regularização – manter ou acelerar ritmo de crescimento – …
