Desde o primeiro caso de COVID-19 verificada em Portugal, a 2 de março, que a vida se foi alterando progressivamente, até à declaração do estado de emergência (ainda assim suave). Para compreender como estamos a viver este período, muito se tem feito e escrito. As redes sociais multiplicam as opiniões e contas, e surgem diversos inquéritos para saber em mais detalhe como se processa a “nova vida”, fazendo deste período um dos mais documentados da nossa história colectiva em praticamente tempo real.
Nesta corrente, também o grupo de investigação que integro na faculdade de economia da Universidade Nova tem acompanhado as decisões e como estamos a lidar com este momento (com um inquérito online, que entrevistas cara a cara estão banidas por agora). A revista Visão publicou alguns dos principais resultados, disponíveis em minuto e meio de video aqui, sobre a semana antes da entrada em vigor do estado de emergência.
Sendo um inquérito online, como outros que têm estado a circular, a amostra obtida pelas pessoas que respondem não é uma representação estatística apurada da sociedade portuguesas e tem fortes elementos de auto-seleção de interesse no assunto e disponibilidade para responder. Ainda assim, ajuda a ganhar uma visão do que nos vai acontecendo e como vamos vivendo este tempo.
Nessa semana, ainda antes do estado de emergência, era já visível uma grande preocupação das pessoas, transversal à sociedade. E essa preocupação aumentou nos dias seguintes à declaração do estado de emergência. Preocupação com a doença em si, e também com as respetivas consequências económicas, sobretudo nos sectores mais imediatamente afetados (turismo, restauração, comércio).
(Fonte: Revista Visão online)
Mesmo antes das medidas do estado de emergência um número considerável de pessoas e de empresas tinha iniciado o processo de isolamento e de redução, ou paragem, de atividade. Também a ida aos supermercados para abastecimento foi realizada no início dessa semana, aspecto que surge agora identificado também no Google mobility report como se vê da figura seguinte, baixando depois.
(Fonte: Google mobility report Portugal)
Se nos quiser ajudar a conhecer como estamos três semanas depois, agradecemos e pode responder aqui – a informação prestada é anónima, os resultados agregados irão sendo apresentados publicamente com regularidade e ajudando a compreender como estamos e como podemos ultrapassar melhor este período.