Exatamente um dia antes de Universidade de Harvard entrar em modo online por conta da covid-19, moderei uma sessão na European Conference 2020, sobre política de concorrência e inovação entre os dois lados do Atlântico, com Claes Bengtsson e Amaryllis Mueller.
Principais pontos focados:
a) na análise de concorrência, o que se torna diferente na economia digital (e digitalizada) – há aspectos que continuam a ser os mesmos do passado, o que é novo é a necessidade de “seguir os dados”, perceber como e para onde fluem, e não apenas o impacto imediato em preços.
b) sobre a criação de campeões europeus, a importância de que resultem de concorrência forte no espaço europeu, e não por escolha de governos, mas não se pode esquecer que o “jogo de subsídios governamentais” tem agora efeitos mais dramáticos do na economia digital, dado que é mais fácil haver uma (ou poucas empresas) que tenham posição preponderante no mercado; será necessário ter um conjunto mais vasto de instrumentos para a intervenção das autoridades de concorrência (em qualquer dos lados do Oceano Atlântico)
c) há um desafio global de controlar “inclinações” anti-concorrenciais, nalguns casos estimuladas por Governos, e torna-se desejável maior convergência, sobretudo nas regras de ajudas do Estado; de momento, avança-se nessa convergência através de casos emblemáticos nos principais países ou zonas (como a União Europeia).
Ou seja, a economia digital e a transformação digital vão também transformar a aplicação das políticas de concorrência.
(créditos da fotografia: linkedin de Amaryllis Mueller)