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Observatório mensal da dívida dos hospitais EPE, segundo a execução orçamental (nº 44 – Janeiro de 2018)

2 comentários

Novo Ano, novos números, velhas realidades. É a forma mais simples de resumir a última publicação da DGO sobre execução orçamental no que à divida dos Hospitais EPE diz respeito.

Houve, como anunciado, uma redução da dívida, num salto momentâneo, que poderá ser apenas, como no passado, uma alteração sem qualquer efeito na dinâmica de crescimento dos pagamentos em atraso, e do que lhes está subjacente. Nesse sentido, o valor dos pagamentos em atraso em Dezembro de 2017 traduz que somente uma parte das verbas prometidas para “limpeza” de dívidas foi atribuída, até porque o “salto” descendente foi menor do que no ano passado e as verbas de reforço anunciadas são superiores às de 2016.

O gráfico seguinte mostra esse efeito de “salto”, que obriga, em termos de análise estatística da série, a ter em conta mais uma quebra de estrutura. Veremos, com os dados dos próximos meses, se é também uma quebra (ou reforço?) da tendência de crescimento. Se este reforço de verbas for acompanhado de outras medidas, que atuem sobre a gestão dos hospitais EPE, então poderemos ter uma tendência de menor crescimento (ou desejavelmente até de não crescimento). Se não houver outras medidas, e se instalar a ideia de que em cada ano há verbas adicionais para distribuir, então até se poderá assistir a um aumento na tendência de crescimento dos pagamentos em atraso. O futuro ainda não está escrito, e dependerá das ações concretas dos vários agentes económicos em causa.

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O primeiro quadro de estimativas considera a versão mais flexível, sem incluir ainda o “salto” de Dezembro de 2017. O segundo quadro inclui esse “salto” através de uma alteração da ordenada na origem. O terceiro quadro contém as estimativas subjacentes às linhas da figura.

Screen Shot 2018-02-01 at 11.37.46.pngScreen Shot 2018-02-01 at 11.37.55.pngScreen Shot 2018-02-01 at 11.44.03

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

2 thoughts on “Observatório mensal da dívida dos hospitais EPE, segundo a execução orçamental (nº 44 – Janeiro de 2018)

  1. Grato pela actualização.
    Noto uma inclinação recente da linha idêntica ao periodo 2011-2012, imediatamente pós apoio financeiro, o que não me parece sugerir tendência positiva para credores farma.
    Talvez um compromisso objectivo entre as partes, implicando objectivos e métricas claras, para períodos inclusive inferiores a 1 ano, contribuísse para motivar mudanças na tendência. Não há grande planeamento nem defesa de activos que resista a estes periodos tão longos de negociação e incerteza.

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  2. Obrigado pelo comentário. A figura não é mostra de forma clara as diferenças. A estimativa de tendência para o período logo a seguir à entrada da Troika era de 80 milhões euros/mês de crescimento dos pagamentos em atraso, contra 46 milhões de euros/mês no ano passado (nas estimativas corresponde ao tend1 no primeiro caso, e tend9 no segundo caso). Mas é claramente acima do que estava a ser o ritmo de crescimento antes do Verão de 2015.

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