De acordo com uma noticia surgida na imprensa de fim de semana, a criação do imposto sobre os refrigerantes terá levado uma empresa importante na sua produção a reavaliar a oportunidade de investimento na ampliação da sua fábrica. É natural, e inevitável. Também interessante a referência do responsável da empresa quanto a passar o imposto para o consumidor através do preço. Isto porque apesar de referir que será repercutido, é natural que depois chegue à conclusão que será mais vantajoso para a empresa absorver parte do aumento de preço criado pelo imposto, e estou certo que o fará quanto mais sensível à mudança de preço forem os consumidores. Mas se este é o ajustamento imediato à medida, é natural que pensando em investimentos a empresa também equacione a alteração das características das bebidas, adaptando ao que for fiscalmente mais favorável. E se esta alteração for motivada pela sensibilidade dos consumidores ao preço, significa que o “sweet” destas bebidas não era assim tão importante para a sua “experiência de consumo”.
Não se pode querer adoptar uma medida de redução de consumo de um produto, e esperar que quem produz esse produto não se adapte às novas condições de menor consumo. Ao contrário do que a noticia dava a entender, não é retaliação. Todos estes efeitos são “business as usual”, e eram facilmente antecipáveis.
Um lado bom da noticia dada é que pelo menos por agora os responsáveis da empresa não vieram pedir subsídios públicos para compensar os efeitos de emprego que a nova tributação possa ter (e que poderiam exacerbar em termos de apresentação para ir buscar uma qualquer compensação pública).
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