Os números da dívida dos Hospitais EPE divulgados ontem, referentes à execução orçamental de Setembro de 2016 apresentam ligeira melhoria face ao mês anterior (redução na dívida de 2 milhões de euros, e um valor inferior em quase 32 milhões de euros ao que é a tendência histórica – ou seja, baixou 2 milhões de euros em vez de subir quase 30 euros). Sendo uma boa notícia, é ainda insuficiente para se pensar em atingir o objectivo anunciado de ter dívida no final de 2016 inferior ao valor de 2015 ou para se pensar que há uma inversão de tendência (pois por várias vezes têm surgido ligeiras descidas de dívida, que nos meses seguintes volta a subir com renovado vigor). O padrão de evolução do último ano, o período mais longo sem haver pelos menos 4 meses consecutivos de descida da dívida, tem sido caracterizado por três a quatro meses de alguma estabilidade e depois um salto ascendente na dívida. O valor agora divulgado insere-se bem nessa padrão. Ainda assim, permite uma revisão de estimativa de crescimento histórico ascendente de 29,44 milhões de euros/mês para 28,92 milhões de euros/mês.
Com o aproximar do final do ano, é de esperar que a pressão para contenção da despesa hospitalar e das dívidas em atraso tenha algum efeito; a ocorrer só nos primeiros meses de 2017 se terá um visão definitiva sobre se houve um efeito permanente ou apenas temporário.
(editado: sobre este tema, ver também o artigo de Marta Reis no “i” online, aqui)
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