Interessante trabalho do Observador, aqui, sobre o que os partidos definem como classe média quando a invocam. Tenho para mim que há também uma outra definição implícita para os partidos (classe média = grupo importante de votantes para o meu partido, o que varia obviamente de partido para partido).
Mas para ter uma ideia do que é a distribuição dos rendimentos (do trabalho, sobretudo, acrescidos de prestações sociais) em Portugal e como evoluiu nos últimos anos, sugiro a conferência de Carlos Farinha Rodrigues, sexta-feira dia 23, no ISEG, para apresentação de um trabalho sobre o tema das desigualdades económicas (no âmbito dos trabalhos da Fundação Francisco Manuel dos Santos). Para comparação, uma análise com alguns anos do mesmo autor está disponível aqui.
Uma primeira visão dos resultados do trabalho mais recente foi apresentada no Expresso da semana passada. E está disponível no microsite Portugal Desigual.
20 \20\+00:00 Setembro \20\+00:00 2016 às 21:53
Esta discussão de “classe média” está inquinada logo à partida quando se reduz a mesma a rendimentos auferidos. Aliás, a melhor equivalência de classe média a uma “classe” política seria certamente a da “burguesia” marxista. Em Portugal e no pós-25A, a melhor definição que vi (até porque foi criada de raiz) é a de que a classe média corresponderia ao “típico” funcionário público – sendo que no privado se faria a equivalência, nem que seja por laços matrimoniais ou sociais.
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