A nova administração da CGD tem vindo a ser divulgada e comentada a conta gotas na comunicação social. É desde logo uma forma pouco usual de estabelecer a direcção de topo de um dos mais importantes bancos nacionais. Porém, mais preocupante é perceber-se que em lugar de uma renovação de quadros técnicos se procuram nomes que tenham um peso de reputação na sociedade portuguesa que estejam acima de crítica. É assim com os nomes de Leonor Beleza e de Rui Vilar. Contudo, estas escolhas não são felizes, mesmo sendo para cargos não executivos – não traduzem uma renovação de quadros técnicos que permitam pensar num compromisso de longo prazo com o desenvolvimento estratégico da CGD. E continuam a tradição de as escolhas, ou algumas delas, para a CGD não terem um perfil puramente técnico. Leonor Beleza e Rui Vilar “emprestam” a sua reputação à CGD. Mas preferia que fossem escolhidos nomes que precisassem que a CGD lhes “emprestasse” a sua reputação para se afirmarem como gestores de alto nível. É certo que os últimos anos levantaram(-me) dúvidas sobre a capacidade técnicas dos gestores nacionais na banca, pelo sucedido com três bancos nacionais em tão pouco espaço de tempo. Por isso mesmo, a necessidade de renovação de gestores neste campo (e noutras áreas também) é necessária.