(post gémeo com o bloggersdasaude)
Um dos autores do bloggersdasaude publicou um texto no Público, disponível aqui.
O texto toca em alguns pontos relevantes e sensíveis:
a) necessidade da capacitação da gestão intermédia – embora quando se fala em sistema de saúde se pense frequentemente apenas em médicos e enfermeiros, há outros profissionais envolvidos, incluindo entre esses a própria gestão, e a chamada gestão intermédia (os que gerem as unidades de saúde em posições abaixo de conselhos de administração, de uma forma simples). É essencial que estejam preparados, e como refere Alexandre Lourenço, com formação contínua e processos de recrutamento adequados (o que significa “adequado” será objecto de longa discussão, adivinho…)
b) a (eventual) leitura que se possa fazer de uma “carreira fechada” é, a meu ver, algo desfasado dos tempos que correm. O que conta é a formação que se teve, não o local onde esta decorreu. E se por um lado há formação específica que é preciso ter nalgumas posições de gestão e administração, noutras não será necessário – por exemplo, numa gestão de tesouraria de um grande hospital o conhecimento especifico necessário nada terá a ver com a saúde (um grande hospital é uma grande empresa neste aspecto – não noutros, porém).
c) o papel da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), uma escola de reputação e história em Portugal – mas que hoje em dia concorre com formações dadas por outras escolas, nacionais e internacionais. Para manter o seu tradicional papel de relevo, a ENSP tem que acompanhar a evolução dos tempos (e procura fazê-lo, tanto quanto sei), mas não significa que se possam ignorar as ofertas de formação de outras universidades.
d) sobre exercício tutelado da profissão – não creio que seja um bom caminho nem que as funções a serem desempenhadas assim o exijam. Mais relevante é garantir a qualidade do recrutamento que é feito, bem como ter um modelo de formação específica e contínua (e neste ponto estou de acordo com Alexandre Lourenço). Agora, esse modelo de formação deve ser centralizado ou a “especificidade” estende-se à própria organização?
Comentários e ideias para a discussão? o Alexandre Lourenço certamente agradece todas as visões!
21 \21\+00:00 Abril \21\+00:00 2016 às 17:03
Parece ser um artigo fundamentalmente corporativo em defesa da Carreira da Administração Hospitalar da Escola Nacional de Saúde Pública e de um SNS Público onde os seus alunos encontrariam uma carreira promissora plena de autonomia.
Confesso-me adepto de um sistema mais aberto. Hospitais com donos, que escolheriam os seus administradores em função das qualidades que lhes encontrassem e achassem relevantes. Donos a quem estes prestassem contas.
Note-se que neste momento já há no SNS, 5 ou mais hospitais nestas condições.
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