A avaliação de barreiras no acesso a cuidados de saúde pode ser feita de formas diversas, sendo útil ter modos complementares para tratar o mesmo problema, para maior consistência das conclusões que se possam retirar.
Conhecer as despesas das pessoas da última vez que foram aos cuidados de saúde fornece informação sobre a dimensão das barreiras de acesso em termos financeiros. O quadro seguinte apresenta os valores que foram indicados no inquérito realizado quanto à despesa que se teve na última vez que a pessoa inquirida foi aos serviços de saúde públicos.
As perguntas concretas podem ser respondidas por quem quiser e estão aqui disponíveis. (se forem em número suficiente que o justifique daqui a uns dias farei um quadro semelhante com a amostra dessas respostas, apesar de não ter representatividade e ser uma amostra enviezada).
Os valores mostram que os custos de transporte e os custos com taxas moderadoras são relativamente moderados quando comparados com os custos com medicamentos que as pessoas têm posteriormente, em resultado desse contacto. Sugere, numa primeira leitura, que as barreiras de acesso, na sua componente financeira, não estão concentradas nos aspectos que maior visibilidade mediática têm e sim nas decisões sobre nível de comparticipação em medicamentos. Este resultado é de algum modo uma surpresa, dada a descida de preços dos medicamentos, sobretudo dos genéricos, ocorrida desde meados de 2010.
Note-se também que estes valores são referentes à última ida aos serviços de saúde públicos, e não se referem ao total mensal médio ou valor acumulado anual que a pessoa possa ter gasto. O valor mensal médio implicaria conhecer quantas vezes cada inquirido em média vai por mês ao centro de saúde ou ao hospital público.