O programa eleitoral do PS tem uma entrada dedicada aos profissionais de saúde, com três pontos centrais: a) articulação entre formação e prática nas profissões de saúde; b) mobilidade para responder aos “desertos de profissionais de saúde” (sobretudo médicos); c) novos modelos de cooperação entre profissões de saúde.
Todos os três pontos são meritórios, mas com dificuldades diferentes. No caso dos “desertos”, zonas desprotegidas por falta de profissionais, é um problema presente em muitos países, e que obriga a pensar de forma distinta da habitual para se encontrar uma solução – não são incentivos monetários de curto prazo que resolvem. Algumas ideias foram exploradas neste blog, incluindo contribuições via comentários: aqui, aqui, aqui e aqui (sugiro também a leitura dos comentários desses posts).
No caso dos modelos de cooperação entre profissionais de saúde, há barreiras sobretudo corporativas e culturais. As últimas podem ser ultrapassadas na altura da formação dos profissionais de saúde, mas não poderá ser apenas aí, pois levará demasiado tempo a fazer-se sentir. As barreiras corporativas exigem um trabalho de negociação e convencimento preparado e sério.