para justificar decisões. Retirando do Diário Económico online: “A criação de uma nova empresa de infraestruturas em Portugal, através da fusão da Refer com a Estradas de Portugal, deverá trazer uma poupança de mil milhões de euros para o Estado nos próximos cinco anos, garante fonte oficial do ministério da Economia”.
As revisões das expectativas deste tipo de ganhos levanta-me sempre dúvidas porque:
a) qual a razão da incompetência na primeira previsão (não é clara qual a informação nova adicional)
b) há interesse em empolar as sinergias e poupanças (hipotéticas, neste momento)
c) em geral, nas operações de concentração e fusões, uma das regularidades observadas é que mais de 50% dos casos não tem as sinergias pré-anunciadas, e destrói mesmo valor face às empresas separadas antes, e não há razão para com empresas públicas esta regularidade ser diferente
d) quem anuncia estas sinergias não tem qualquer custo se as previsões de sinergias falharem
e) neste caso, como parecem estar a basear as sinergias na venda de imóveis significa que esperam poupanças sobretudo nos custos fixos, resta saber se os custos variáveis também registaram alguma poupança
f) se as poupanças são sobretudo a nível de custos fixos não é claro porque não há outras alternativas de obter essas poupanças que não passem pela concentração (já agora, se vamos de concentração em concentração, qual a diferença para uma direcção geral de infra-estruturas?)
Ficaria mais confiante neste tipo de afirmações se fosse dito que os responsáveis por estas afirmações devolveriam um terço do que ganham desde hoje até, digamos, 5 anos depois da operação de concentração se for verificado que após cinco anos não ocorreram essas sinergias. Desta forma teriam um custo de fazer previsões excessivamente optimistas apenas para justificar a sua decisão e teriam interesse em ser mais precisos nessa estimativa.
9 \09\+00:00 Setembro \09\+00:00 2014 às 09:19
As sinergias são como a “presunção e a água benta”.Cada um toma a que quer. O que significa neste como noutros casos de sinergia por dimensão “Para a vaidade e para a devoção não há limites estabelecidos.” Sobretudo se não forem quantificados. Enfim…
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9 \09\+00:00 Setembro \09\+00:00 2014 às 09:20
Caro Prof. Pita Barros,
Não conheço a Refer ou as EP em detalhe. No entanto acho surpreendente que as mesmas pessoas (ou o mesmo pensamento) que separou a Refer da CP – porque, suponho, admitia que se criaria mais valor separando as empresas – considere que juntar a Refer à EP teria efeitos sinergéticos e aumentaria o valor.
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9 \09\+00:00 Setembro \09\+00:00 2014 às 12:41
recebido por facebook:
Mais uma vez. Não estarão por trás outros motivos!?!
Daqueles em que invocando o prejuízo e má gestão do público se vai beneficiar alguns!?!
Do privado, claro..
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