Primeiros dias pós-17 de maio de 2014. Tudo na mesma.
Regressemos ao guião da reforma do estado, antes de começar a leitura comentada dos restantes documentos publicados recentemente pelo Governo.
Na sequência do comentário anterior, surge uma nova secção neste guião, de texto parcialmente igual a algo que já existia na versão inicial, com o título “Começar a corrigir injustiças nas áreas do funcionalismo e dos reformados”, e o texto diz “mas a sua remoção progressiva depende de um cenário macroeconómico com níveis de crescimento que atingimos e procuramos melhorar, respeitando os compromissos assumidos no quadro do Tratado Orçamental”, e a palavra “remoção” substitui “revisão” – devemos tomar como um compromisso de repor integralmente os valores anteriores?
No restante, retoma o novo discurso de reposição dos cortes – embora não seja dita que será em termos reais, poderá ser interpretado apenas como um dia os valores nominais voltarão a ser o que foram, em que dia é um dia tão próximo quanto o crescimento económico futuro vier a permitir. Ou seja, um discurso com bastante ambiguidade, mais próximo de um manifesto eleitoral do que de um programa de acção, como se deveria pedir que fosse este guião.