Continuando com a análise da amostra de conveniência e informal gerada,
A utilização dos serviços de urgência é um dos aspectos que recorrentemente recebe atenção em Portugal, falando-se frequentemente na excessiva utilização das urgências, em casos clínicos que deveriam ser resolvidos nos cuidados de saúde primários.
É por isso relevante saber como evoluiram os motivos para a utilização dos serviços de urgência entre 2012 e 2014. A questão dos horários surge em primeiro lugar (indicado por 35% das pessoas que responderam a esta questão em 2014) e em segundo lugar a expectativa de melhor tratamento nos serviços de urgência (28%). A proximidade geográfica surge apenas em 3% lugar. Curioso é elevado número de outras razões, não especificadas, para recurso à urgência.
Numa análise estatística (multinomial logit), o ano de 2014 está associado com maior utilização de urgências por motivo de proximidade, e por indisponibilidade do centro de saúde/USF, embora não sejam efeitos muito fortes, face ao ponto de comparação (“outra razão” para ir à urgência).
A maior dificuldade de acesso a cuidados de saúde primários, associada com as respostas “o centro de saúde/USF já fechou” e “não tem médico de família”, aumentou o seu peso nas respostas. Este é um aspecto que tem de ser melhor conhecido, e que a confirmar-se numa amostra maior e mais representativa poderá requerer.