Momentos económicos… e não só

About economics in general, health economics most of the time


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no dinheirovivo.pt de hoje,

conforme vamos avançando nos dias, fica cada vez mais longe uma discussão pausada e informada sobre o estado, e sobre o estado social. Um dos aspectos que vai ser usado é, quase certamente, os salários da função pública versus os salários do sector privado. É essa a minha preocupação expressa no artigo para o dinheirovivo.pt de hoje.

Os desejos de um Bom Ano de 2013 a todos.


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2012 in review

The WordPress.com stats helper monkeys prepared a 2012 annual report for this blog.

Here’s an excerpt:

19,000 people fit into the new Barclays Center to see Jay-Z perform. This blog was viewed about 88,000 times in 2012. If it were a concert at the Barclays Center, it would take about 5 sold-out performances for that many people to see it.

Click here to see the complete report.


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Turismo médico (vs. turismo de saúde) (3)

Entrando agora em comentários sobre as ideias de turismo médico e da apresentação do Neil Lunt sobre o assunto na conferência do health cluster portugal, há um importante ponto de partida para qualquer discussão sobre turismo médico – qual a definição do que é um consumidor?

Aqui, a definição mais comum parece ser bastante limitada – pessoas doentes, dispostas a viajar e a pagar directamente os cuidados de recebidos (o que na gíria de economia da saúde se designa por out-of-pocket).

Ora, o número global de “consumidores de turismo médico” que irá preencher estas condições irá ser limitado. De uma forma geral, para os procedimentos médicos mais sofisticados, para as intervenções clínicas de maior envergadura, as pessoas em geral pretendem ter uma protecção financeira em caso de doença, pretendem ter um seguro, seja privado ou público.

Esta característica altera de forma substancial a “procura” de turismo médico: passa a haver um novo participante, o “terceiro pagador”, a entidade que assume a responsabilidade das despesas de saúde quando e se forem necessárias, na extensão que tiver sido acordada; a existência deste “terceiro pagador” altera também as condições em que cada doente fará a escolha entre ser tratado no seu país de origem ou procurar tratamento num outro país; e levanta, por fim, a questão de quem é o decisor chave, o doente, ou o “terceiro pagador” se tiver possibilidade de se negar a pagar fora do contexto que tiver sido explicitamente acordado?

No relatório da OCDE, são identificados vários tipos de “turistas” por motivos clínicos, para além da definição de “doente, disposto a viajar e disposto a pagar directamente”:

– visitantes temporários de um país, que têm o azar de ficar doentes; são pessoas que em viagens de lazer ou negócios ficam doentes; não serão “turistas médicos” no sentido do turismo médico que tem vindo a ser discutido. Nem serão uma procura especialmente expressiva, não serão factor de crescimento ou de desenvolvimento de um sistema de saúde virado para a prestação de serviços em turismo médico.

– residentes num país de nacionais de outro país – também este outro não será exactamente o que se pretende denominar com “turismo médico” – claro que podem criar uma pressão de procura para os sistemas de saúde de cada país, com especial acuidade nalgumas regiões, ou procurando tratamentos que não são disponibilizados nos seus países de origem, mas uma vez mais não são o “turismo médico” como ele tem vindo a ser entendido.

– cuidados transfronteiriços – com a partilha de equipamentos de saúde, não são também eles “turismo médico”; são e devem ser pensados em termos locais;

– doentes colectivos – são os doentes que resultam de “outsourcing” de tratamento por parte dos “terceiros pagadores” que os cobrem; não têm uma decisão individual no sentido em que não pagam directamente (out-of-pocket) os cuidados, mas há uma organização, uma entidade, que os organiza nesse sentido. Este tipo de doente pode corresponder a uma parte relevante do “turismo médico”. A meu ver será aliás nestes doentes que se concentrará uma fatia, senão mesmo a fatia mais interessante, do movimento europeu de “turismo médico”.

Os elementos chave da definição da procura, de acordo com o relatório da OCDE, são “tratamentos a baixo custo”, “custos de transporte baixos” e “informação prestada pela internet”.

Mas há outras questões a serem respondidas: em que medida esta é uma “procura desviada” ou uma “nova procura”? É crucial perceber os aspectos dinâmicos e as implicações das decisões empresariais tomadas. Situações em que muitos procuram satisfazer sobretudo uma “procura desviada” resulta normalmente em sobre-investimento sem que haja um fluxo de doentes correspondente. Por procura desviada entendo procura de cuidados de saúde que seriam prestados de qualquer modo, sendo que o “turismo médico” o que faz é alterar o âmbito geográfico da decisão de onde se realizar o tratamento.


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sobre o valor da protecção contra despesas incertas em cuidados de saúde (2)

Há cerca de duas semanas, fiz um pequeno inquérito online, que dou agora por terminado. O interesse principal era ver a diferença entre o valor esperado de despesas  de saúde futuras, com referência a três casos concretos, e o valor que se estaria disposto a pagar para “segurar” essas eventuais despesas incertas. Com esta pequena experiência chama-se a atenção para o valor que tem evitar a preocupação com despesas inesperadas e de valor elevado, ainda que ocorram com baixa probabilidade.

Nas primeiras respostas, ficou logo claro que havia esse valor, confirmado nas perto de 100 respostas recebidas (obrigado a todos os que responderam). As figuras seguintes apresentam os resultados finais. O valor médio é de 43 euros, muito superior ao valor esperado (linha a vermelho nos gráficos abaixo). A primeira figura apresenta o histograma das respostas recebidas, a segunda figura apresenta um zoom para valores de 25 euros ou menos, e a terceira apresenta uma aproximação continua à distribuição de valores bem como uma distribuição normal com a mesma média dos dados.

A principal conclusão a retirar é a de que existe valor na protecção financeira de despesas de saúde, para além da capacidade de ter fundos para pagar essas despesas (caso em que basta pagar o valor esperado), mesmo ignorando os valores muito elevados (acima de 25, por exemplo).

figura 1

 

 

figura 2figura 3


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Turismo médico (vs. turismo de saúde) (2)

A apresentação de Neil Lunt na conferência do health cluster portugal sobre turismo médico tem como ponto de chegada o tratamento do que Neil considera serem três mitos: o mito do crescimento exponencial do turismo médico; o mito de que o turismo médico é um mercado global; e o mito de a intervenção pública (governamental) poder ser útil.

Relativamente a estes três mitos, no primeiro deles, a conclusão é que não existe um crescimento exponencial, não há qualquer dado que o permita confirmar, e as expectativas de crescimento apontadas há menos de meia dúzia de anos não se concretizaram.

O segundo mito é avaliado de outra forma. Não sendo uma característica universal – nem todo o turismo médico será um mercado global, é plausível que tal ocorra para alguns tipos de cuidados. Mas alerta para que este não será um campo neutro para todos os que nele pretendem estar. Há vantagens de alguns intervenientes que poderão ser difíceis de combater (mas que por outro lado dão a esses mesmos intervenientes oportunidades mais amplas).

Quanto ao terceiro mito, remete para os mitos 1 e 2 para argumentar que não é fácil perceber qual a intervenção pública (em termos de políticas adoptadas) que é mais razoável, nem que problema justifica essa intervenção.

Tendo esta caracterização geral da intervenção do Neil Lunt, pode-se agora passar à sua discussão e às implicações que tem para Portugal.

(continua…)


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Turismo médico (vs. turismo de saúde) (1)

No mês passado, o health cluster portugal promoveu uma conferência onde foi discutido com detalhe o projecto de fazer de Portugal um destino de turismo de saúde. É mais correcto, na verdade, utilizar-se o termo turismo médico, apesar de se estar a generalizar a designação de turismo de saúde. A questão da definição não é inócua, uma vez que turismo de saúde engloba também o turismo destinado aos SPAs e termas, por exemplo, e tem por isso uma característica eminentemente individual, enquanto o turismo médico é direccionado para a resolução de problemas clínicos.

Nessa conferência, Neil Lunt, que fez recentemente um trabalho de revisão do tema para a OCDE, trazia uma palavra de cautela, procurando chamar a atenção para vários “buracos” nas discussões correntes sobre turismo médico.

Desde logo, as previsões de procura global – a recomendação de Lunt é a de cautela na utilização de números que são avançados, uma vez que não existe uma recolha sistemática e sistematizada da utilização de turismo médico. As previsões surgem “do nada” e são repetidas até se tornarem aceites, mas sendo que frequentemente se resumem a uma única fonte não confirmada.

Também resulta do seu trabalho e da apresentação realizada, a necessidade de compreender bem o lado da procura de turismo médico antes de se iniciar um projecto de oferta de serviços de turismo médico.

Uma das principais ideias resultantes da análise feita é a importância a ser dada a “facilitadores” de encontro entre procura e oferta – o papel das redes, da informação sobre prestadores, sobre organização das viagens e alojamento, verificação da qualidade dos cuidados prestados, apoio nos períodos pós-intervenção médica, tratamento de questões legais que surjam.

Pensar na forma como a “procura” e a “oferta” se encontram no caso dos serviços de turismo médico tem que ser feito ao nível do país de origem e do país de destino.

(continua…)

 


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sobre a fusão Optimus – Zon, no dinheirovivo.pt

as minhas dúvidas,  e de resto os desejos de um Feliz Natal a todos.


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ao que chega a necessidade de ouvir o que queremos…

hoje estou um pouco mais preguiçoso, afinal é época de Natal, e limitei-me a recolher as notícias sobre Artur Baptista da Silva – quem??? ler abaixo, mas quando me perguntaram quem era o senhor, não sabia, e quando fui à procura encontrei já o final da festa, de que faço cut and paste de seguida. A parte, preocupante, referente ao crivo jornalístico será certamente longamente discutida pelos próprios profissionais. E o que tem graça é que ele já “andava por aí” (ver aqui em maio de 2012, no primeiro comentário; também aqui)

Mas há também a parte de se ter querido acreditar na mensagem do senhor – procurar soluções que sejam não pagar a dívida, quando devíamos procurar soluções para fazer crescer a economia (e pagar as dívidas existentes).

E para divertimento e aprendizagem, há muitos artigos na imprensa e na internet sobre a “burla” de Artur Baptista da Silva, é só usar o Google ou consultar os sites dos principais jornais, aqui ficam alguns: aquiaquiaquiaquiaquiaqui). Não consigo deixar de ir adicionando links! : facebook de Artur Baptista da Silva,  aqui, alguns outros links aqui,  e opiniões mais sérias, aqui do Henrique Monteiro, e declaração de Nicolau Santos aqui e no Expresso aqui.

Da TSF:

Publicado ontem às 21:06

Esclarecimento sobre papel de Artur Baptista da Silva nas Nações Unidas
Paulo Tavares, editor de política da TSF
Perante dúvidas surgidas ao início da tarde sobre a idoneidade de Artur Baptista da Silva, que deu uma entrevista à TSF na qualidade de coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a TSF tentou, ao longo do dia, confirmar suspeitas, que indicavam que não teria qualquer função naquela organização.Fontes da delegação portuguesa nas Nações Unidas, contactadas hoje pela TSF, dizem desconhecer Artur Baptista da Silva, e estranham a criação de um Observatório Económico e Social das Nações Unidas para a Europa do Sul. A TSF já confrontou Artur Baptista da Silva com estas suspeitas. Em dois contactos telefónicos distintos, durante a tarde, Baptista da Silva manteve a sua versão dos factos, mas recusou fazer prova de que, de facto, é funcionário das Nações Unidas. Nos últimos dois meses, Artur Baptista da Silva foi orador convidado em diversas conferências em Portugal, e deu entrevistas a diversos órgãos de comunicação social. Espaço público que ocupou a descrever as preocupações das Nações Unidas com os efeitos da crise nos países do Sul da Europa e a apontar caminhos alternativos.
Até ao momento não foi possível obter qualquer informação oficial das Nações Unidas, algo que a TSF continuará a tentar, mas por precaução e perante dúvidas ainda por esclarecer, a TSF decidiu retirar de antena e da página na internet os conteúdos relacionados com Artur Baptista da Silva.”

Publicado ontem às 23:53

 CGTP e UGT desmentem Artur Baptista da Silva
 Na entrevista que deu à TSF, Artur Baptista da Silva disse ter apresentado aos parceiros sociais o relatório produzido por ele e mais sete economistas de um alegado observatório das Nações Unidas, garantindo que o relatório foi bem recebido e que alguns dos parceiros se manifestaram mesmo disponíveis para assinar a proposta. A TSF foi tentar perceber como foram esses encontros.A CGTP foi contactada por Artur Baptista da Silva através de e-mail para ser recebido com caráter de urgência. O tema era a crise económica em Portugal.Ouvido pela TSF, Augusto Praça, responsável pelas relações internacionais da CGTP, explicou o que se passou nesse encontro.
Na entrevista à TSF, Artur Baptista da Silva afirmou que uma central sindical lhe terá dito que «se estiverem interessados, nós estamos disponíveis para assinar a vossa proposta, subscrever aquela que pensam que será a solução».No entanto, em declarações à TSF, Augusto Praça disse que nunca subscreveu nada.
Também o secretário-geral da UGT, contactado pela TSF, confirmou que recebeu Artur Baptista da Silva para uma conversa sobre a atual situação do país.João Proença disse que Artur Baptista da Silva lhe entregou um documento, com cerca de 20 páginas, com ideias soltas e que em nada lhe pareceu tratar-se de um estudo, apenas uma compilação de ideias que poderiam servir para uma discussão sobre questões económicas.”
Publicado hoje às 08:02

Artur Baptista da Silva esteve preso até dezembro do ano passado
O Diário de Notícias acrescenta, esta manhã, novos dados sobre o caso polémico de Artur Baptista da Silva, adiantando que ele esteve preso até dezembro do ano passado.
No início de dezembro Artur Baptista da Silva foi orador convidado no grémio literário, em Lisboa, sendo apresentado como professor na Milton Wisconsin University, nos Estados Unidos, uma universidade que foi encerrada em 1982. Esta manhã, o Diário de Noticias acrescenta outros dados, nomeadamente o de que que Artur Baptista da Silva esteve preso até dezembro do ano passado.
O DN adianta que cumpriu desde 1993 várias penas por crimes como burla, abuso de confiança e emissão de cheques sem cobertura. Para além de se apresentar como professor numa universidade norte-americana que fechou as portas há 30 anos, o DN aponta outras falsidades. Já se apresentou como consultor do Banco Mundial, cargo que segundo o jornal nunca exerceu. O nome de Artur Baptista da Silva também não consta da lista de deputados da assembleia constituinte em 1975 ao contrário do que terá dito.”


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o memorando de entendimento

está de volta, com a sua sexta avaliação e revisão, disponível aqui, para irmos comentando nos próximos dias, depois do Natal, claro…, até lá aproveitamos o Sol e o azul do céu 


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o “sistema” contra-ataca…

Há uns tempos, descrevi o processo pelo qual o meu filho conseguiu (?) deixar de ser considerado como nascido em 1927.

Ora, julgava eu que tinha terminado o processo, quando se dá o caso de ele recentemente ter ido a uma consulta no centro de saúde. A primeira depois de tudo o que relatei.

Confiando agora nas suas palavras, dirigiu-se ao balcão de atendimento administrativo, entregou a senha de atendimento, e recebeu o comentário, senhor “Raul” (nome fictício) o senhor está reformado. O que obviamente não coincidia com a pessoa que se encontrava defronte da jovem funcionária que o atendia. Felizmente, percebeu logo que era engano e fez a ligação com a história que aqui relatei há semanas. Pegou então no telefone, na sequência desse telefonema preencheu e alterou os dados no “sistema”, fazendo a actualização para a idade correcta. Na base de dados que vai “beber” a informação ao cartão do cidadão, a idade estava correcta.

O ter surgido outra vez este problema é surpreendente uma vez que via portal da saúde a idade está correcta desde a terceira semana de Novembro, e nesse mesmo dia telefonei e confirmei telefonicamente para este mesmo centro de saúde a idade no registo.

Terá sido esta a última vez que tal sucedeu? será que da próxima vez voltará o meu filho a ter mais de 80 anos nos registos do Serviço Nacional de Saúde? Há claramente diversos “sistemas” internos que não comunicam nem se actualizam automaticamente (não estão “sincronizados” na linguagem techy dos dias de hoje). Fica a sugestão dos serviços informáticos do Ministério da Saúde darem atenção a este aspecto das actualizações do sistema informático.

O “sistema” está aí…à espera…de contra-atacar… até ao próximo episódio.

Hal 2001