Mais uma colaboração com a Rádio Observador, Gabinete de Crise, hoje tendo como convidada a Filipa Castanheira para falar sobre teletrabalho.
Da minha parte, deixo aqui o habitual resumo do meu contributo:
Número da semana: 67% – percentagem de cidadãos portugueses, acima de 18 anos, numa amostra representativa nacional com 1064 pessoas, que disse dar apoio forte a que sejam usados os telemóveis para seguir as pessoas infectadas com COVID-19.
Tema da semana: O apoio às medidas de controle da pandemia em Portugal e na Europa tem sido geral.
O inquérito europeu, realizado pela Universidade de Hamburgo, Universidade Erasmus de Roterdão e a Nova SBE da Universidade Nova de Lisboa, cobriu 7 países (Portugal, Alemanha, Dinamarca, França, Espanha, Reino Unido, e Itália) e mais de 7500 pessoas, com amostra representativa [da população de cada país no que se refere a idade, género e educação,] decorreu nas duas primeiras semanas de abril, e analisou entre outros aspetos o apoio às medidas de controlo da pandemia e as decisões individuais de prevenção.
Outras medidas, ordenadas das que recebem mais apoio para as que são mais contestadas:
- Suspender eventos públicos de massas, 83%, 91% Portugal, 72% na Alemanha
- Multa para quem violar 14 dias de quarentena: 83% de apoio forte, mais elevado em Itália 90%, mais baixo na Alemanha 76%, Portugal 86%
- Fechar fronteiras: 82% de apoio forte, Portugal 95%, Alemanha 68%
- Fechar escolas: 80% de apoio forte, mais elevado em Portugal 91%, mais baixo na Alemanha 65%
- Recolher obrigatório (excepto para compras essenciais) de 3 meses: 63%, Itália 78%, Dinamarca 38% (Portugal, 78%)
- Usar telemóveis para seguir as pessoas infectadas, 56%, 71% em Itália, 46% na Alemanha, Portugal 67%.
- Verificação aleatória da temperatura na rua, 62%, 82% Itália, 36% Dinamarca (Portugal, 77%)
- Parar transportes públicos por 3 meses, 41% de apoio, 58% em itália, 26% Alemanha e Dinamarca, Portugal 36%
Ou só para Portugal, por ordem decrescente de apoio:
95% Fechar fronteiras
91% Suspender eventos públicos de massas
91% fechar escolas
86% Multa para quem violar 14 dias de quarentena
78% Recolher obrigatório por 3 meses (excepto compras essenciais)
77% Verificação aleatória da temperatura na rua
67% Utilizar telemóveis para seguir pessoas infectadas e com quem contactaram
36% Parar os transportes públicos por três meses
Mito da semana: o pior já passou. É um meio mito. O “pior” entendido como o número de pessoas infectadas na população não é perfeitamente conhecido. E o número de pessoas infectadas depende do nosso comportamento. Se voltarmos todos a sair como fazíamos em Janeiro, o contágio retomaria e voltaríamos ao início do processo de crescimento muito rápido.
Esperança da semana: O número médio por dia de novos casos tem vindo a baixar nas últimas duas semanas. Ainda está elevado, e baixa devagar, mas dá esperança de que estamos no caminho certo.