Momentos económicos… e não só

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Observatório mensal da dívida dos hospitais EPE, segundo a execução orçamental (nº 55 – Março 2019)

Os valores de fevereiro para as dividas dos hospitais EPE tiveram uma ligeira redução, o que face ao padrão passado é melhor que mais um aumento da dívida (naturalmente), mas ainda não pode ser considerado uma mudança de regime. Também noutros momentos houve pausas no crescimento da dívida dos EPE para depois, nos meses seguintes voltar a crescer rapidamente (recuperando em pouco tempo para o ritmo histórico). Teremos que mais uma vez esperar para ver o que sucede.

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Opinião TSF (17)

Para esta semana, havia vários temas à escolha que mereciam um comentário. Acabei por selecionar os novos passes dos transportes coletivos para a rubrica Opinião TSF desta semana. E por uma razão simples, o pensar-se em medida com fins eleitorais é muito simples, e quase automático, mas devemos ter um pouco mais de curiosidade e perguntar se a medida faria sentido mesmo que não houvesse eleições à vista. E aqui a resposta é positiva, mas apenas se mudar os hábitos de transporte de quem hoje utiliza carro próprio para se deslocar nas grandes cidades. Numa visão de mais longo prazo, o elemento central para o sucesso da política não é a poupança que possa ser sentida por quem já usa os transportes coletivos (sem dúvida que será importante para essas pessoas), e sim se ocorre uma mudança de hábitos nos que não usam hoje o transporte coletivo – é este o argumento central da crónica TSF de hoje (link acima).


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Opinião TSF (16)

Aos poucos, vai-se começando a ouvir falar no crescimento económico, falta dele ou se devia ser mais forte, como argumento eleitoral. E motivou a minha crónica TSF desta semana. O ponto de partida foi a comparação do crescimento da economia portuguesa com o que se passou na zona euro. Os dois gráficos seguintes mostram, no primeiro, as taxas de crescimento, e o que se passou melhor em Portugal foi no ano de 2017, e por isso relativamente esporádico. Nos últimos 20 anos, andamos sempre pior, em geral (também é verdade que em 2009 “afundamos” menos, mas com as consequência que daí advieram). No segundo gráfico, o índice de crescimento potencial, com inicio em 2015, e não se espera que Portugal venha a ser muito diferente de toda a zona euro.

Há 4 anos, o documento do grupo de economistas do PS. “uma década para Portugal” tomava o argumento económico, e do crescimento da economia, como elemento central para a sua campanha neste campo. De momento, ainda não vimos qualquer documento (dos partidos da oposição ao atual Governo) que tenha esse objetivo de liderar a discussão.

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Opinião TSF (15)

Volta e meia surge a discussão sobre se formamos médicos a mais ou a menos, se formamos enfermeiros a mais ou a menos, e dentro de pouco falar-se-á também das outras profissões da área da saúde.

Quando se fala nos “perigos” do desemprego médico, e da necessidade de reduzir as vagas em medicina, penso sempre nas previsões de falta de profissionais de saúde, incluindo médicos, a nível europeu (ver por exemplo aqui).

E a discussão das vagas no ensino superior deve ser feita, a meu ver, de outra forma – a nossa responsabilidade com o ensino superior público não é o de formar médicos para o Serviço Nacional de Saúde, é o de dar aos jovens de Portugal a oportunidade de construirem o seu futuro profissional, que poderá ser ou não no SNS. Sobre isso, há vários posts no arquivo deste blog.

Foi este o ponto de partida para a crónica TSF desta semana, a propósito das recentes notícias de recrutamento de médicos em Portugal por parte de entidades da Irlanda e da Galiza, sendo que mais cedo ou mais tarde virá o recrutamento para exercer medicina em França ou na Alemanha. A “procura” e “oferta” acabam por ser forças económicas que fazem com o mercado de trabalho relevante nas profissões de saúde seja cada vez mais internacional.


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Opinião TSF (14)

Desta vez, a crónica na TSF é sobre despesa pública e eleições, a propósito das declarações de aviso de Christine Lagarde, do FMI. Não é que neste momento se possa dizer que se está num ciclo de despesa eleitoralista (que defino como despesa que é motivada pela existência de eleições e conquista de votos e que não existiria de outro modo), mas convém estar atento aos sinais de alerta, e ao que possa criar a tentação dessa despesa. Quatro sinais para os quais estar atento: a) negociações salariais – se houver uma mudança para aceder a todos os pedidos, será sinal de despesa eleitoral; b) eleições europeias – um mau resultado do PS poderá levar à tentação de despesa pública (ou seu anúncio) para ganhar votos nas legislativas de outubro; c) grandes anúncios de obras públicas ou que beneficiem áreas ou grupos eleitorais relevantes; d) a nomeação pelo Governo de pessoas que estejam como assessores, adjuntos ou consultores para cargos, que sejam indicio de menor confiança no resultado de outubro, no sentido de continuação do Governo, e que por isso também leva a despesa pública com o objectivo de ganhar votos.

A mitigar estas “tentações”, sendo o orçamento do estado para 2020 só aprovado depois das eleições (apesar de ter de ser preparado antes), algumas promessas podem não passar disso.

Mas primeiro convém ir olhando para os sinais de alerta.

(nota: sobre despesa pública pré-eleitoral do Governo não encontrei investigação produzida, há muita sobre o que sucede ao nível das autarquias, ver por exemplo os trabalhos de Linda Veiga e Francisco Veiga, mas não para o Governo central)