Dada a agitação à volta da decisão pelo Parlamento de incluir vacinas no Plano Nacional de Vacinação, era inevitável falar do assunto, mesmo sabendo que houve já muitas e acertadas intervenções de crítica a essa decisão. A grande maioria das vozes críticas, pelo menos as que ouvi, centraram-se na ausência de justificação técnica clara, pelas entidades que têm essa obrigação, e de não se poder exercer medicina por decreto (no que aliás parece se ter tornado uma mania nos últimos tempos). Mas o que ainda não ouvi referir foi que implicações pode ter para a confiança das pessoas nas vacinas o passar-se de uma decisão apenas e sobretudo técnica para uma decisão política. Não é nada claro qual o efeito. E instalar motivos para desconfiança quanto às vacinas não parece ser grande ideia. O meu comentário está disponível aqui, e recomendo também a leitura do texto do Expert Panel on Effective Ways of Investing in Health (disponível aqui).
Como nota final, e sem o ter antecipado, confusão em Itália com a imposição da visão de lealdade política à competência técnica na área da saúde (ver aqui).
4 \04\+00:00 Dezembro \04\+00:00 2018 às 10:36
A questão é exatamente essa, por um lado tenta-se promover as vacinas e por outro cria-se desconfiança. Neste momento quem tem que dar vacinas aos filhos fica sem saber o que fazer. (OK, pode falar com o médico, mas a desconfiança fica sempre…)
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4 \04\+00:00 Dezembro \04\+00:00 2018 às 20:16
e mão amiga fez-me chegar a entrevista a Adalberto Campos Fernandes, sobre este tema, aqui: https://sicnoticias.sapo.pt/pais/2018-12-01-O-Parlamento-pode-legislar-qualquer-materia-mas-ha-fronteiras-que-nao-pode-ultrapassar, sobre o papel da decisão técnica e da decisão política.
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