Os valores da execução orçamental divulgados a 26 de Janeiro 2017 trazem, no que diz respeito à dívida dos hospitais EPE, novidade e expectativa. A dívida medida caiu substancialmente neste mês (embora não o suficiente para a colocar abaixo do valor de há um ano atrás. A novidade está em que a redução é suficientemente expressiva para o novo valor deixar de estar alinhado com a tendência passada de crescimento da dívida dos hospitais EPE. Claro que com apenas uma observação não se pode falar de mudança de dinâmica de crescimento, e só com os próximos meses teremos possibilidade de o saber.
Se este valor tiver subjacente uma alteração de tendência, a evolução no próximo mês da dívida deverá ser de crescimento inferior a 20 milhões de euros num mês, ou mesmo nova redução de dívida.
Em alternativa, se os factores estruturais que determinam a dinâmica histórica de crescimento continuarem presentes e activos, então no próximo mês ou em março, teremos um crescimento da dívida dos hospitais EPE acima ou perto dos 24 milhões de euros por mês.
Mesmo se o Ministério da Saúde não conseguiu alcançar um objectivo de baixar a dívida por comparação com o valor do mês de Dezembro referente ao ano anterior, a evolução neste final de ano acaba por anular em grande medida, mas não na totalidade, um crescimento da dívida dos hospitais EPE durante o ano anterior.
Em termos do ritmo de crescimento, com a descida do stock de dívida em dezembro de 2016, este baixou (naturalmente). Tecnicamente, a questão é saber se é um alteração de tendência ou se é, como no passado, um salto momentâneo para um valor mais baixo de dívida, seguindo-se depois um crescimento ao ritmo histórico (desde janeiro de 2013). Ou seja, se a linha de evolução, na primeira figura abaixo, que iremos observar a partir de agora é mais parecida com a linha a tracejado fino (crescimento histórico) ou com a linha descendente que ocorreu no primeiro semestre de 2015.