Em meados de 2014 foi criada a Linha Saúde24 Senior, retratada um ano depois no Jornal Público (aqui). No final de 2015, houve a decisão de suspender a linha, depois de uma travagem iniciada antes do Verão de 2015 (ver aqui). Na página web da Linha Saúde24 não surge qualquer referência a esta versão. A notícia publicada a 14 de Janeiro (reproduzida abaixo) sugere que a linha possa ter sido vitima do seu próprio sucesso.
Ao mesmo tempo que se tem discursos públicos de combater a solidão, de acompanhar os idosos, de promover processos de envelhecimento em que haja um relacionamento diferente entre os cidadãos de avançada idade e o Serviço Nacional de Saúde, não deixa de ser estranho este encerramento, sobretudo pelo argumento aparentemente invocado.
Não se sabe se este acompanhamento produziu ou não efeitos positivos em termos de saúde e de utilização de cuidados de saúde atempadamente e de forma adequada por parte da população idosa; não se sabe se o acompanhamento regular permitiu sinalizar e antecipar situações de recurso a cuidados de saúde; não se sabe qual o valor de conseguir acompanhar a população idosa e fazer destes contactos uma fonte de informação sobre a saúde da população.
Quando se diz que é na prevenção que se fazem os primeiros cortes porque não se vê, é deste tipo de instrumentos que se está a falar. Dizer que se encerra porque as verbas gastas não compensam os benefícios que dela se retiram é adequado, e deverá ter o suporte adequado em termos de análise dos custos e efeitos da linha saúde24 senior. Dizer que se encerra porque há muitas pessoas – idosos – a verem valor e benefício nestes contactos, e que tal implica mais custos num contrato com a prestação do serviço é sobretudo miopia orçamental, porque é olhar apenas para uma parte do sistema. O encerramento da linha saúde24 senior acaba também por ser um corte na credibilidade da linha saúde24 – criando a dúvida em iniciativas futuras se é para levar a sério ou não.
22 \22\+00:00 Janeiro \22\+00:00 2016 às 09:38
Fica a dúvida sobre o timing exato do encerramento e responsável: Macedo, Leal, Fernandes ou …DGS (o vento sopra, da esquerda para a direita, as laranjas e as rosas deste quintal “venezuelano”, hirto e firme ninguém dá pelo “Fiel jardineiro”)
É caso para se dizer: cuidai dos vivaços, enterrrai os mortiços ou “Este país não é para velhos”
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22 \22\+00:00 Janeiro \22\+00:00 2016 às 10:11
Também não consegui encontrar o timing exacto das decisões, apenas algumas destas notícias de jornal, que tentei recuperar a partir da última. No site da Linha Saúde24 não há informação sobre este aspecto. Mas creio ser claro que começou em Macedo, continuou em Leal e está a terminar em Fernandes (para usar a timeline do comentário), e provavelmente sem entusiasmo da DGS na continuação efectiva. Mas o que custa ver é a asfixia da ideia, ou é boa e ter muita gente a querer usar deveria ser aproveitado, ou é má, e devia ser terminada de modo claro. E com base numa apreciação dos resultados (que não serão apenas o número de seniores que recebem chamadas ou o número de chamadas).
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22 \22\+00:00 Janeiro \22\+00:00 2016 às 11:03
O custo variável do serviço relativo a produção feita será sempre uma barreira a sua expansão, que todos os dirigentes analisam para refrear o desenvolvimento natural do serviço (há mesmo uma cláusula que impede a propaganda e informação pública do S24 sem autorização do Governo)… Principalmente quando os contactos não gerarem uma redução imediata e directa da procura de cuidados de saúde nas Urgências, substituídos pelos CSP… ou por auto-cuidados! Aqui é que importa perceber se este serviço de gestão telefónica do S24 gera mais auto-cuidados e com melhoria do estado de saúde (com menos utilização futura e desnecessária de serviços de saúde urgentes e mesmo primários). Era assim em tempos com o S24 Pediátrico (Dói, dói, trim trim) que deu origem ao S24 para toda a população. Se o S24 gerar apenas uma assistência e apoio social , sem ganhos directos na gestão da saúde…. será um desvio da finalidade do serviço e uma mal investimento da Saúde com aumento os custos e benefícios reduzidos. Parece que ainda não sabem muito bem o que é, para que serve, como usar, operacionalizar, gerir a utilização efectiva do S24… não é apenas um brinquedo que serve a diversão e distracção temporária de muitos e alguns com certeza! Um caso que foi estudado no início, merece ser estudado na sua continuidade e na actualidade!
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22 \22\+00:00 Janeiro \22\+00:00 2016 às 11:32
Recebido via facebook
“Que decisão pode justificar o desinvestimento nos idosos face ao envelhecimento da população e concomitante aumento da mobilidade por DNT que está na origem das recomendações da WHO aliás subscritas por Portugal.”
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