Sobre a simplificação de procedimentos, em concreto licenciamentos, a referência no capítulo 2 do documento “Um estado melhor” levanta a necessidade de responder a algumas perguntas: porque foram criados esses licenciamentos em primeiro lugar? Se correspondem a uma defesa contra abusos de algum tipo, então é preciso perceber e argumentar que alternativas defendem melhor contra esses abusos.
A alternativa é essas regras terem surgido como resposta a pedidos de protecção de alguns agentes económicos face a outros, e nesse caso há que perceber se essas protecções e licenciamentos têm como resultado “rendas excessivas” para alguns ou se têm outros efeitos.
Quase na mesma linha, a questão da Justiça. Aqui continua a espantar-me o ênfase na fé dos códigos – apesar da leitura do Memorando de Entendimento com a troika sugerir que existe sobretudo um problema de aplicação e decisão céleres da legislação existente, a resposta destes últimos dois anos foi a tradicional, refazer códigos. Falta explicar como e porquê os novos códigos vão alterar a forma de trabalhar na Justiça, e como tal se irá reflectir de forma positiva no funcionamento da sociedade.
12 \12\+00:00 Novembro \12\+00:00 2013 às 13:26
Num comentário que fiz num post anterior sobre a reforma do estado em que foi abordada a questão da inclusão na Constituição de uma cláusula limitativa do défice afirmava que em Portugal a lei não é respeitada. Isto acontece num país em que se legisla sobre tudo e mais alguma coisa como é sabido. Em minha opinião o grande mal da nossa justiça, que está na base dos adiamentos, das prescrições, da impunidade dos grandes, é ser uma justiça que olha muito para a forma e pouco para os factos.
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