Ainda na linha de análise comportamental, Cláudia Niza apresentou trabalhos sobre mudança comportamental na área da saúde. Começou com um aspecto importante: há muito trabalho e bom a analisar o comportamento do que aconteceu, em contrapartida sabe-se pouco sobre como intervir. A alteração de comportamento continua a ser um desafio. Existem mesmo web sites que procuram ajudar nessas mudanças de comportamento: http://www.behaviorwizard.org/wp/
Um dos aspectos interessantes é que há erros típicos que se fazem sistematicamente. Um deles é pensar que a apenas a informação leva à mudança.
Mas houve outros aspectos focados de regularidades encontradas que devem ajudar a estabelecer melhores intervenções para mudanças de comportamento: incentivos financeiros dados como valor certo e não como lotaria funcionam melhor, devem ser dados logo de imediato à mudança de comportamento, etc…
Apenas estas duas conclusões da literatura fazem pensar em duas medidas de política para combater a evasão fiscal em Portugal. A dedução do IVA pago nas facturas de consumo final, em que o cidadão tem, logo que introduz a factura no sistema tem informação sobre o benefício recebido (aqui). Corresponde a valor certo, e informação imediata. Resta saber se em geral os valores de benefício são suficientes para induzir a mudança no sentido de as pessoas pedirem as facturas. Mas que está segundo os princípios indicados parece claro. Em contrapartida o anúncio de uma lotaria a ser feita entre quem pedir factura poderá levar a menos despesa do estado, mas tenderá a ser menos eficaz – é uma recompensa incerta e muito distante no futuro. Não terá as mesmas propriedades para induzir mudança de comportamento.
Cláudia Niza também apresentou um trabalho sobre a sequência óptimo de ganhos como forma de induzir alteração de comportamento, por exemplo, se houver 3 momentos no tempo, ter um sistema de recompensa apenas no final (0-0-10) poderá levar a um comportamento diferente de ser distribuído (5-0-5). Aspectos que estão envolvidos nas diferentes reacções da população poderão estar associadas com diferentes níveis de percepção de risco, com faltas de confianças ou desconfiança face ao processo, à existência de valores base pouco susceptíveis de serem modificados.