Momentos económicos… e não só

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países e blog

O programa de gestão do blog tem uma funcionalidade que indica, quando consegue identificar, o total de visitantes do blog oriundos de cada país.

Sendo este blog escrito em Português, a maioria das visitas vem cá de dentro, e as de fora suponho que sejam sobretudo de portugueses por aí espalhados, com talvez excepção do Brasil. Curioso o top ten (desde Fevereiro de 2012) e na distribuição mundial ainda faltam alguns países.

Já sigo com a continuação da análise do guião da reforma do Estado (nunca mais acaba… mas agora é uma questão de teimosia levar até ao final o comentário).


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Troika – texto da avaliação da Comissão Europeia, 8ª+9ª avaliação,

disponível aqui e para leitura e comentário nos próximos dias (interrompendo provavelmente a série sobre guião da reforma do Estado – que aliás gostava de saber se já está totalmente esquecido ou se está mesmo a ser considerado como guião para o que quer que seja). Leitura a fazer antes de entrar em cena a próxima avaliação.

Resumo do site da Comissão Europeia:

The report assesses compliance with the terms and conditions set out in the Memorandum of Understanding as updated following the Seventh Review of the Portuguese Economic Adjustment Programme. The assessment is based on the findings of a joint European Commission (EC)/European Central Bank (ECB)/International Monetary Fund (IMF) staff mission to Lisbon between 16 September and 3 October 2013.

The mission concluded that the programme implementation is broadly on track. The end-2013 fiscal deficit target of 5.5 percent of GDP is within reach. Several economic indicators point to an economic recovery and the authorities are committed to implement the required fiscal and structural reforms to recuperate sustainable growth.

The Programme’s financing envelope remains sufficient. Approval of the conclusions of this review will allow the disbursement of EUR 5.6 billion (EUR 3.7 billion by the EU and EUR 1.9 billion by the IMF), bringing the total amount disbursed to Portugal to EUR 72 billion representing more than 90 percent of total available financial assistance.


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Guião da reforma do Estado (20)

Sobre ensino universitário, o que se encontra escrito no guião da reforma do estado é muito menos claro e mostra menor estruturação do pensamento estratégico. Há uma clara diferença face ao que está detalhado sobre ensino secundário.

Por exemplo, não é claro o que significa a rede de ensino superior adaptar-se às necessidades e à alteração da procura. Será aceitável o encerramento de instituições de ensino superior? Devem as instituições com maior procura aumentar o número de alunos admitidos mesmo que isso signifique esvaziar outras? É admissível o mesmo tipo de solução de autonomia das escolas, com contratos com os professores para gerirem (uma espécie de management buy-out no ensino superior)?

O que é dito sobre investigação e desenvolvimento tem pouco conteúdo. Qual a razão da presença do estado nestas actividades? Se se quer aumentar a ligação às empresas porque não se deixa totalmente às empresas essas actividades?

A resposta está normalmente nas vantagens de disseminar o conhecimento básico, mas isso significa que haverá características diferentes associadas com tipos de investigação distintos.

Sem investigação básica não existe investigação aplicada, e se não chega à investigação aplicada não há ligação às empresas. Mas em que pontos do processo deve o Estado intervir? Se em todos, com os mesmos instrumentos em cada ponto do processo?

Tal como no caso do ensino superior, não há aqui uma apresentação clara do que deve ser a função do estado, o que a justifica e qual o melhor meio de atingir os fins desejados.

E o que significa investigação competitiva? Conseguir avanços da ciência? Conseguir financiamentos europeus ou internacionais para projectos de investigação?

Portugal como país onde se faz ciência e daí retirar vantagens para as empresas nacionais? Mas qual a vantagem de Portugal face a outros países para conseguir isto? É que qualquer país pode afirmar que quer ter investigação competitiva.

Neste campo tenho mais perguntas que respostas, e ainda assim consigo identificar pelo menos um ponto adicional a ser pensado – A ligação da investigação feita em Portugal ao mundo empresarial deve ser realizada com empresas de todo o mundo e não apenas com empresas sedeadas em Portugal. Essas já terão a vantagem da proximidade, mas se não a aproveitarem não devem ser parceiros privilegiados. É a diferença entre olhar para a estrutura científica nacional como serviço exclusivo para as empresas e na dependência destas ou olhar para a estrutura científica nacional como uma actividade com valor económico por si só, independentemente que quem queira vir aproveitar esse potencial económico. Se queremos emprego científico pela sua valia, então o mercado em que se tem de actuar é global, quer no recrutamento de cientistas (o que vai sendo regra cada vez mais comum nas instituições portuguesas) quer no aproveitamento económico que daí se faz, seja na formação avançada seja no levar os resultados das descobertas científicas ao mundo empresarial.


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ainda a mortalidade infantil,

há dias, num comentário realizado a um post anterior, ficou lançado o desafio de se usar uma outra forma de aproximar a evolução da mortalidade infantil. E por isso aqui vai a resposta (aviso: é um post um pouco mais técnico que o habitual).

O gráfico dessa outra forma de ajustamento, com uma forma funcional dada por

(taxa mortalidade infantil) = b0 + b1 * exp( – b2*t), t = tempo,

está na figura 1. Mas esse ajustamento implica que o ponto de convergência é 0,5, o que talvez seja um valor excessivamente baixo para a taxa de mortalidade infantil. Impondo que o valor mínimo razoável como média de longo prazo seja 2, obtém-se a segunda linha da figura 1.

Considerar uma ou outra linha faz toda a diferença para avaliar se o valor de 2012 é anormal no sentido de desvio à tendência para lá de flutuações aleatórias, ou se ainda está dentro da variabilidade normal.

(os quadros com as regressões estão disponíveis no final)

Entretanto, a Direcção-Geral de Saúde passou a publicar estatísticas regulares, mensalmente, incluindo a mortalidade infantil (em valores absolutos), que mantém uma tendência decrescente. Porém, como também há menos partos, o indicador tem que ser tomado em taxa, e à falta de estimativas mensais para nados-vivos, não é possível ter uma visão completa. Tomando o valor anual de nados-vivos, e multiplicando por 12 o valor de cada mês para colocar tudo no mesmo horizonte temporal, e para 2013 utilizando os valores de nados-vivos de 2012, ainda assim, há uma tendência decrescente apesar de em 2011 e 2012 o valor agregado ter uma subida da taxa de mortalidade infantil. A variabilidade mensal é naturalmente maior que a anual.

Figura 1:

Graph(estimativas:)

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