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e voltou o “martelo dos impostos”

5 comentários

uma descrição do que foi anunciado pode ser encontrado no blog Economia e Finanças, aqui

Apesar de ser um aumento considerável de impostos, os detalhes ainda não foram anunciados, pelo que não é possível saber sobre quem recai o custo principal. Era praticamente inevitável que assim fosse, face aos últimos valores da execução orçamental. Aliás, é hoje claro que o cumprir da meta (aliviada pela troika) para 2012 será feito com medidas excepcionais, um recurso que o actual ministro das finanças criticou no passado aos seus antecessores. 

Estando anunciado o essencial do aumento do esforço das famílias para o orçamento de 2013, ou pelo menos assim espero que seja o caso, há um aspecto central, de natureza técnica mas central, para se conhecer na discussão do orçamento para 2013: porque falharam as previsões de receita fiscal para 2012, e que obrigou a este recurso ao “martelo dos impostos” uma vez. E a importância da resposta a esta pergunta não está nas suas implicações para o combate político, a sua importância reside em saber se as previsões para 2013 são fiáveis ou se daqui a um ano se voltará a estar em situação similar. É que a dita fadiga fiscal não está só no montante de impostos a pagar, está também em que sucessivamente, uma vez após outra, se volta ao mesmo problema e à mesma solução. A incerteza associada ao não se saber o fim deste processo de ajustamento é um elemento perturbador na sociedade portuguesa, com reflexos também na economia. Este é um momento em que a excelência técnica e a capacidade de comunicação se devem aliar no sector público para dar esperança de dias melhores. De outro modo, iremos ficando mais perto da Grécia do que da Irlanda.  

 

Desconhecida's avatar

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

5 thoughts on “e voltou o “martelo dos impostos”

  1. Ângelo's avatar

    Ainda me dói a cabeça da martelada. Mas mais do que tudo o descrédito absoluto de ver que se insiste em bater na mesma tecla e que já se sabe o que está ao fundo do túnel para 2014…

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  2. Desconhecida's avatar

    “No Exame Dos Tristes Períodos Que Nos Antecederam,Esforcei-me Sempre Por Demonstrar Como De Nada Valia A Boa Vontade Dos Homens Contra A Força Implacável Dos Erros Que Se Viam Obrigados A Servir”-António De Oliveira Salazar

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  3. Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE's avatar

    É importante estancar a “época das medidas”, e evitar todos os anos voltar à mesma conversa pré-orçamento do estado. Para isso, só competência técnica não chega, será preciso arte política, dentro e fora do país. O contexto europeu é uma das diferenças importantes para períodos anteriores. E apesar de tudo, o nosso nível de vida hoje continua a ser muito superior ao que foi noutros tempos. Não creio que estejamos perto da solução “homem providencial”.

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  4. Francisco Velez Roxo's avatar

    Pedro
    Sucessivamente ao longo dos meus 60 de idade e 40 de actividade profissional, tenho visto cair horizontes de esperanca entre luzes da ribalta economica.E, se na dimensao historica nada me surpreende que me implique ” desacreditar”, agora comeco a incomodar- me como nunca perante a bipolaridade em que estamos a cair.E, sobretudo, a fazer cair as geracoes que pareciam estar a acreditar no rigor da “talentocracia”.
    O que estamos a viver e a cereja podre em cima de 10 anos de apodrecimento.E talvez a maior machadada no credito dos economistas e politicos dos ultimos 50 anos.
    A ver e a pagar vamos.
    Francisco

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