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O tumulto da privatização da TAP

A greve da TAP para o final do ano relançou a discussão sobre a privatização da TAP, defendida por uns, e a sua manutenção como empresa pública, defendida por outros. Cada lado procurando encontrar as contradições do outro lado.

Nesta discussão, muitos têm partido de uma das duas seguintes posições:

a) as empresas devem ser públicas, até argumento suficiente em contrário (talvez com a nuance de “as grandes empresas devem ser públicas, até prova em contrário”).

b) as empresas devem ser privadas, até argumento suficiente em contrário.

Ora, nesta discussão, tenho sentido a falta de clarificação num ponto fundamental, embora alguns dos comentários o tenham aflorado – o que se pretende do sector de transporte aéreo?  – para depois então se ter a capacidade de discutir a melhor forma de atingir esse objectivo.

Em particular, e vivendo-se numa economia de mercado, interessa identificar que factores fazem com que o funcionamento do sector privado neste campo tenha “falhas” que justifiquem a intervenção pública, e esses têm sido pouco claros, sobretudo no aspecto de terem alternativas de actuação que atinjam os mesmos objectivos (por exemplo, ligações às ilhas podem ser feitas subsidiando directamente os passageiros qualquer que seja a companhia; ou fazendo uma concessão temporária de serviço, sem necessidade de operar uma companhia). A escala que dantes era necessária atingir e que poderia gerar a necessidade de ter uma empresa pública já não é necessária hoje, e há claramente alternativas, concorrentes, que o podem fazer.

Apenas o “prazer” de ter uma empresa pública de aviação o poderia justificar, mas está-se realmente disposto a pagar por isso?