Se no mês passado tinha a queixa do tédio, este mês a novidade, ou nem tanto, é a aceleração dos pagamentos em atraso em mês de eleições. O crescimento registado foi acima dos valores da tendência em curso, que não pertence ao conjunto das tendências mais baixas desde que existe informação para o seu cálculo.
Tem sido normal que em mês de eleições isso suceda, e é provável que mais uma vez com o aproximar da elaboração do orçamento do Estado se assista a um maior crescimento da dívida (ou pelo menos se assista a um maior registo da dívida).
O habitual gráfico mostra que o valor para Outubro de 2019 está claramente acima da linha de tendência recente, e coloca o valor médio dessa tendência nos 47 milhões de euros por mês. A registar-se, nos próximos meses e até à aprovação do orçamento, crescimentos similares, teremos uma aproximação às tendências de crescimento mais aceleradas. Resta saber se até final do ano será anunciada mais uma regularização extraordinária das dívidas dos hospitais EPE, nos moldes habituais e levando a novo impulso nos valores divulgados de dívida, ou se será possível encontrar uma nova forma de lidar com esta questão.