O capítulo VII trata do desemprego, apresentado como a outra face da segmentação do mercado de trabalho. A primeira parte da discussão é sobre a distinção entre desemprego estrutural e o desemprego conjuntural, sendo o desemprego estrutural – de longa duração, problemático pela depreciação de capital humano que implica e pelos estigmas que gera.
Face à recente preocupação europeia com o aumento do desemprego jovem e com a criação de (mais) medidas destinadas a promover o emprego jovem, é conveniente atentar à discussão proposta por Mário Centeno – o desemprego jovem sempre foi mais elevado, não é uma situação nova trazida pela crise. O aspecto mais preocupante da actual situação não é então a comparação entre grupos etários e sim a duração que o desemprego possa ter.
A maior taxa de desemprego jovem pode ser explicada por vários factores, incluindo uma maior experimentação dos jovens do mercado de trabalho, procuram mais pelo “par” mais produtivo. Assim, um indicador a seguir no caso do desemprego jovem será também a duração do tempo na situação de desemprego e não apenas a taxa de desemprego.