As posições sobre a TSU continuam a surgir de todos os lados, com alguma confusão.
Primeiro, baixar a TSU para as empresas não é uma medida que produza resultados imediatos e num mês. É uma medida de médio e longo prazo.
Segundo, baixar a TSU para as empresas não obriga a aumentar a TSU para os trabalhadores, mas terá de ser encontrada uma forma de compensar as receitas perdidas.
Terceiro, a prazo, em termos de distorção no funcionamento no mercado de trabalho, o que importa é a soma das TSU e essa aumentou, o que poderá ser um factor contra a eficácia da medida.
Mas discutir a forma de financiamento da descida da TSU para as empresas é distinto de discutir a própria ideia da medida.
Quarto, os custos das empresas não são apenas os custos laborais, é necessário encontrar forma de baixar todos os preços de todos os factores intermédios usados. No meio desta discussão, convém não esquecer todos esses outros factores. E num contexto de economia de mercado não é fácil encontrar mecanismos que o façam.
Uma nota final para o ministro das finanças Vitor Gaspar, que no exterior de Portugal fez uma excelente declaração sobre a manifestação de 15 de Setembro – sem procurar justificações ou interpretações que sejam abusivas ou de manipulação.
20 \20\+00:00 Setembro \20\+00:00 2012 às 08:44
Mas será que a reforma da TSU trará resultados a curto/ médio prazo para relançar a economia e criar emprego? Ou será a retoma a tão longo prazo que até o impacto longínquo da TSU a poderá influenciar (à retoma)?
Além do mais, já há relatos de PMEs que pretendem compensar os seus trabalhadores pela diminuição implícita do ordenado, o que significará apenas substituir custos, mas com maior impacto negativo na economia!
E mesmo que a redução da TSU seja compensada não pela redução do orçamento disponível das famílias mas por outra qualquer medida menos penalizadora do consumo, num contexto de incerteza, desconfiança generalizada e recessão económica, quantos serão os empresários portugueses que estarão disponíveis para contratar mais trabalhadores sem expectativas de aumento das vendas? Ou será que a redução da TSU se destina a aliciar o IDE?
Devo dizer que estou bastante céptico quanto à bondade da medida e quanto à sua influência para ajudar a resolver os desafios que enfrentamos em tempo útil…
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20 \20\+00:00 Setembro \20\+00:00 2012 às 14:15
Recebido via email:
Alguém sugere que a prova da estupidez da medida é que há empresas a pensar compensar os trabalhadores pela perda de rendimento líquido. Curiosamente, esse é o melhor apoio à medida, ou seja, empresas que não precisam da borla para ser competitivas evitam contribuir para a recessão. Teria o fantástico efeito de ser uma medida descrininatória, apenas beneficiando quem precisa! Senhores economistas: querem melhor?!?
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20 \20\+00:00 Setembro \20\+00:00 2012 às 19:56
Concordo plenamente com as 4 afirmações que fases a propósito da TSU, mas do que não estou ainda mesmo nada convencido é da bondade da dimuição da TSU para a criação de emprego e para aumentar a penetraçao dos produtos nacionais nos mercados internacionais.
Acho mesmo que toda esta conversa desgasta e desvaloriza uma estratégia de qualificação do trabalho nacional como fonte de criação de valor e de competividade, e tem vindo a “distrair” os decisores (et pour cause) do que é de facto importante – a produtividade geral factores.
À boleia do que referes no ponto 4, não posso deixar de dizer que tem sido lamentável esta distracção dos demais custos dos fatores….
Um abraço
D
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21 \21\+00:00 Setembro \21\+00:00 2012 às 07:31
Olá Daniel,
há que saber mais sobre esses custos intermédios, se tiveres conhecimento de sectores específicos, vai dando informação, e vamos começando a ver – seria interessante saber que percentagem de descida do preço da energia corresponde a redução da TSU, mantendo a actividade e a combinação de factores empregues pela empresa constante.
Abraço
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