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À procura de pão e a economia de Verão no Algarve

A economia de Verão algarvia tem sempre surpresas. A deste ano é a forma de resposta à crise. Há muitos anos que ouço dizer que “este ano está pior que o ano passado”. Dada a crise não duvido que em 2011 assim seja. E que a forma de responder a essa situação tivesse sido de algum modo pensada pelo pequeno comércio de proximidade. Em particular o pequeno retalho alimentar de base essencialmente sazonal. Sobretudo pensar no que leva os clientes às lojas. Na actual crise é de esperar que muitos portugueses optem por não ir tanto a restaurantes, e por isso ter opções para lanches e snacks frios para comer na praia (ou fora dela) poderia fazer sentido – por exemplo, sumo de laranja mais pão com queijo / salame / fiambre / chouriço num pacote fácil de transportar. Mas ainda não vi.

Por outro lado, a compra de pão fresco de manhã é uma das âncoras de fixação de clientes. E aqui o que vi foi lojas pequenas reduzirem a sua oferta com medo de perder o negocio, mas como se tem que ir a outro lado buscar pão passa-se a comprar tudo o resto também no local alternativo fazendo com que o negócio na primeira loja baixe ainda mais. No exemplo próximo que me obriga a ir comprar pão mais longe, sucede comigo e com outras pessoas que reconheço das redondezas. A acrescer, por teste, perguntei quando teria novamente pão para dar o sinal de interesse no produto que quero, e a resposta foi um desinspirado “não sei dizer”, a ser lido “é melhor ir a outro lado” e assim fiz. Era o único cliente na loja quando noutros anos tinha que estar em filas de 10 ou 15 minutos à espera de pagar. Aposto que esta loja vai desaparecer rapidamente. Infelizmente, para o que me interessa já desapareceu como opção. A culpa não será da crise mas da falta de percepção de como se situar nela e do que é relevante para sobreviver como comércio de proximidade de base sazonal.