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entradas em medicina: garantir emprego aos novos médicos?

3 comentários

recuperando a discussão iniciada na semana passada, vejamos o primeiro argumento – limitar as entradas nas faculdades de medicina para garantir emprego aos médicos que sejam formados.

Esta visão é extremamente redutora – tem implícito que as universidades públicas são devem formar médicos se estes vierem a ter emprego no serviço nacional de saúde. Ora, não há razão para a medicina ser diferente de toda a outra oferta formativa das universidades. As universidades não são agências de emprego garantido. Nem o devem ser. É importante que no momento da escolha de cada curso, os potenciais alunos conheçam as saídas profissionais possíveis e a facilidade, ou falta dela, de quem finaliza esse curso em encontrar emprego. A transparência na informação é crucial. Não se deve porém fazer mais “engenharia social” do que dar informação. Vejo dois motivos importantes para isso: se alguém desejar frequentar um determinado curso, mesmo sabendo que terá dificuldades posteriores em encontrar emprego, deverá ser um “planeador social”  a determinar que não o pode fazer, ou a pessoa deverá ter a liberdade de correr esse risco se o entender? por outro lado, não existe uma correlação perfeita entre o preenchimento das condições de entrada e o desempenho efectivo à saída do curso, não sendo por isso claro que o filtro de entrada seja a melhor forma de garantir os melhores profissionais à saída. Tal como nem sempre o melhor desempenho académico no curso se traduz no melhor desempenho profissional, depois de finalizado o curso.

No caso da Medicina, antecipo que esteja na ponta da língua o argumento do custo da formação, que se deveria evitar com um planeamento adequado e limitação das entradas nos cursos de Medicina. Esse será o tema de um post próximo.

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

3 thoughts on “entradas em medicina: garantir emprego aos novos médicos?

  1. Excelente Post. Completamente de acordo. Principalmente quando refere que ” … nem sempre o melhor desempenho académico no curso se traduz no melhor desempenho profissional, depois de finalizado o curso.”

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