Bom, demorou um pouco a decidir fazer o texto do observatório mensal depois de saído o valor de janeiro de 2020. A razão é simples: de repente, o valor de janeiro parece retomar a tradição de depois de uma quebra abrupta (por entrada de “dinheiro fresco”) haver um “salto para cima” no crescimento dos pagamentos em atraso, com um incremento mensal mais elevado do que vinha a ser o ritmo mensal antes de se colocar disponível as verbas adicionais. O aumento de 104 milhões de euros face ao mês anterior corresponde a um salto similar ao que se teve no início de 2015, no inicio de 2017 e no início do 2018, em todos estes casos, na sequência de uma queda da dívida anterior como resultado de regularizações extraordinárias.
Para uma “limpeza de contas” que se pretendia ter o papel de uma mudança de situação, este primeiro valor é muito pouco animador.
Acresce que provavelmente os hospitais irão justificar-se com a preparação para as necessidades de resposta ao Covid-19, seja esse ou não o factor de acréscimo dos pagamentos em atraso.
Fico com a expectativa de que o conhecimento deste valor tenha dado inicio ao “plano de emergência dos pagamentos em atraso” (que espero exista, mesmo que oficialmente não anunciado).