Michael Porter coloca o problema como sendo distribuir valor entre diferentes prestadores, embora não tenha avançado muito sobre como fazer essa distribuição. Argumentou que a criação de requisitos de volume de actividade mínimos são um passo intermédio para aumentar o valor e a consolidação de serviços na ausência de informação rigorosa sobre resultados de saúde.
Para medir resultados, Porter pensa em três níveis:
Primeiro nível – sobrevivência
Segundo nível: tempo de recuperação e retorno à actividade normal
Terceiro nível: sustentabilidade da saúde, recuperação e natureza das recorrências
Com medição pode-se melhorar (mas convém ter em atenção os aspectos de selecção quando se fazem as comparações). Apresentou um exemplo (transplante de rim em adultos), em que a divulgação de resultados levou a todos melhorassem, e a que dispersão entre os diferentes prestadores tenha diminuído. A frase de Porter quanto a medição e sua disseminação foi mesmo “it works every time”.
Quanto aos aspectos de custos, estes devem ser medidos tendo como ponto central o doente; deve-se agregar todo o ciclo de cuidados prestados para uma mesma condição clínica do doente. Os custos devem reflectir o uso dos recursos empregues – tempo, custo de capacidade de cada recurso, etc…
É necessário perceber e conhecer o processo de cuidados para conhecer que custos devem ser medidos.
De qualquer modo, ter um bom sistema de análise quantitativa é crucial para melhorar o conhecimento sobre o serviço nacional de saúde e sobre o sistema de saúde em Portugal, e na verdade o esforço pode até ser menor do que se pensa à partida, uma vez que há já bastante informação que é recolhida em muitos pontos do sistema. Há é que pensar no que se quer ter, e tratar de concretizar. Provavelmente aqui é necessária alguma centralização de pensamento e exigência na adesão ao que for definido. E rapidamente este sistema de conhecimento dar feedback ainda que parcial aos diferentes actores do sistema, para que reconheçam a sua utilidade na prática do dia a dia das suas decisões (qualquer que seja o nível). A primeira barreira a ultrapassar é a sensação de que “lá está mais uma obrigação a meter-se no caminho do que é preciso fazer” em lugar de “aqui está uma ferramenta útil para fazer melhor e mais rápido”. É este o desafio da medição.