nos dias que correm a discussão sobre a forma de fazer crescer a economia (e baixar o desemprego por aumento da actividade económica) vai-se centrando no papel da austeridade vs estímulo público ao crescimento.
O que se afirma: austeridade não leva a crescimento,
Mas não se daqui inferir que: estímulo de despesa pública leva a crescimento.
Só que há distinções a fazer: crescimento de curto prazo, no imediato – só pode ser feito aproveitando capacidade produtiva disponível e não utilizada. Crescimento de longo prazo – tem que ocorrer com novo investimento produtivo, o que demora tempo e exige fundos para esse investimento.
Então, austeridade não leva a crescimento de curto prazo, mas não impede crescimento de longo prazo. A expectativa é que austeridade permita novo investimento produtivo privado, com mobilidade de trabalhadores (via desemprego, infelizmente) de uns sectores de actividade (em contracção) para outros (em expansão). Crescimento de curto prazo, por aumento da despesa – investimento – público, resultaria em expansão (ou menor contracção) dos sectores favoritos, mas findo o período de expansão ter-se-ia novamente a questão de como obter crescimento de forma mais permanente.
Se observarmos crescimento dentro um par de anos, podemos dizer que resultou da austeridade? bom, teremos que isolar todos os factores que possam ter contribuído.
O que é consensual: a economia precisa de crescer.
Como o fazer? só com o aparecimento de novas actividades, nomeadamente ligadas à exportação. O que implica que os novos empregos serão diferentes dos que se perderam. Daí que qualquer estímulo ou plano de crescimento que se queira fazer tem que evitar expandir emprego nas áreas que não conseguem garantir aumentos de produtividade ou crescimento no longo prazo, mas que serão as que mais facilmente empregam pessoas no curto prazo.