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Opinião TSF (14)

2 comentários

Desta vez, a crónica na TSF é sobre despesa pública e eleições, a propósito das declarações de aviso de Christine Lagarde, do FMI. Não é que neste momento se possa dizer que se está num ciclo de despesa eleitoralista (que defino como despesa que é motivada pela existência de eleições e conquista de votos e que não existiria de outro modo), mas convém estar atento aos sinais de alerta, e ao que possa criar a tentação dessa despesa. Quatro sinais para os quais estar atento: a) negociações salariais – se houver uma mudança para aceder a todos os pedidos, será sinal de despesa eleitoral; b) eleições europeias – um mau resultado do PS poderá levar à tentação de despesa pública (ou seu anúncio) para ganhar votos nas legislativas de outubro; c) grandes anúncios de obras públicas ou que beneficiem áreas ou grupos eleitorais relevantes; d) a nomeação pelo Governo de pessoas que estejam como assessores, adjuntos ou consultores para cargos, que sejam indicio de menor confiança no resultado de outubro, no sentido de continuação do Governo, e que por isso também leva a despesa pública com o objectivo de ganhar votos.

A mitigar estas “tentações”, sendo o orçamento do estado para 2020 só aprovado depois das eleições (apesar de ter de ser preparado antes), algumas promessas podem não passar disso.

Mas primeiro convém ir olhando para os sinais de alerta.

(nota: sobre despesa pública pré-eleitoral do Governo não encontrei investigação produzida, há muita sobre o que sucede ao nível das autarquias, ver por exemplo os trabalhos de Linda Veiga e Francisco Veiga, mas não para o Governo central)

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

2 thoughts on “Opinião TSF (14)

  1. E como classifica os novos passes sociais subsidiados?

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  2. O velho tema da despesa publica eleitoral é como o Carnaval: tem datas móveis mas repete-se sempre. Umas vezes com mais animação e desfiles. Outras com chuva ou com sol, mas repete-se sempre com animação.
    Na verdade o PIB, o Deficit e o resto podem esperar. Como de resto sempre acontece aqui pelo “case study permanente” que somos. A ver vamos se algum bom senso impera, pelo menos para preparar o Orçamento 2020 sem divagações pós eleitorais de Outubro.Ate porque o horizonte passará então a ser 2030.

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